domingo, 5 de dezembro de 2010

Convergência: 200 Anos, 200 Países, 4 Minutos



Melhor visualização a respeito dos acontecimentos econômicos dos últimos duzentos anos. Adivinhe o que mudou? Surgiu um negócio chamado capitalismo.
(HT: Greg Mankiw)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Paul McCartney - I've Got a Feeling



Uma pequena amostra de como pode ter sido o show em Porto Alegre.

Eu Vi Paul McCartney em Porto Alegre


Foi na saída do hotel, a caminho do show. Fiquei a cinco metros de distância de Sir Paul, por apenas alguns segundos que pareceram uma eternidade. Foram cenas de tietagem explícita. Infelizmente, não pude ver o show à noite. No entanto, por volta da meia noite, na televisão, uma grata surpresa: Thomas Kang tocando Love Me Do de gaita, no estádio Beira-Rio, antes do show.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Reações ao Resultado das Eleições

É com profundo pesar que encaro nestas eleições presidenciais a vitória do presidente fanfarrão, do seu partido liberticida e da sua candidata de moralidade ímpar (com seu glorioso passado de "lutas" e assaltos, seu brilhante currículo acadêmico falso, gerente politicamente competente de caras obras inacabadas e da corrupção na Casa Civil). Provavelmente o Cristiano Costa tenha melhor expressado a sensação que boa parte das pessoas que têm um mínimo apreço por decência, liberdade e democracia deve ter tido.

Mais decepcionante ainda foi a postura de alguns caciques do PSDB que, incapazes de reconhecer publicamente os méritos do seu próprio partido quando foi governo e mais envolvidos com os ditames de seus egos inflamados do que com a necessidade de produzir cooperação de forças intra partidárias, abdicaram, em diferentes momentos, de fazer oposição à ideologia de cunho nacional-socialista das forças políticas já entranhadas no poder e delegaram a importante tarefa de fazer a defesa dos ideais de uma sociedade mais livre, mais justa e democrática a um pequeno grupo de marqueteiros. Entretanto, é digno de nota que, considerando a mediocridade geral da classe política, salta aos olhos a postura política diferenciada do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, que foi capaz de superar os limites seu próprio ego a despeito das memórias de eleições passadas, quando a postura de alguns "companheiros" de partido foi muito semelhante à de hoje.

O que resta a nós, exceto o calafrio que percorre nossa espinha ao identificar no fisiologismo peemedebista a última trincheira política da sociedade brasileira contra a concentração de poder em mãos liberticidas? Parece não haver alternativa boa senão seguir a recomendação do Bruno Garschagen:

"O que devemos fazer, agora? Nos preparemos para mais quatro anos de luta incansável pela defesa das liberdades, das instituições, do rule of law, do estado democrático de direito e das instituições, pilares da democracia que o partido vencedor ataca como inimigos mortais. Tenhamos ânimo e coragem para impedir que o novo governo converta o Estado num instrumento de poder absoluto e nos trate como súditos passivos de um projeto revolucionário."

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Dignidade da Burguesia

A edição de Cato Unbound deste mês nos traz um tema muito interessante: Quais são as origens do sistema econômico que, nos últimos 200 anos, tem trazido prosperidade econômica para um número cada vez maior de pessoas?

"The making of the modern world is a question of perennial interest. We are, after all, modern. One of the signal developments of modernity is that for the first time, widespread economic prosperity becomes possible. Not all societies attain it, even in the modern world. But only modern societies have done it at all. How did they do it?

Answering this question may do more for human welfare than any other intellectual task before us. What is special about the prosperous modern society? Many answers have arisen. Institutionalist accounts stress law and social practice; Marxists point to proletarian and colonial exploitation; thinkers of a wide variety of persuasions have examined genetic and environmental factors.

In this month’s Cato Unbound, we are pleased to offer an iconoclastic view. All previous answers are wrong, says polymath economist Deirdre McCloskey. Professor McCloskey is at the halfway point of a four-part series of books on the rise of the bourgeoisie. In it, she argues that what really changed in the modern world was the rhetoric of economic activity.

If this sounds wildly improbable, it shouldn’t. The classical art of rhetoric referred not to blustering phrases and glib talk, but to the unforced art of persuasion via argument and evidence. People began to talk differently about economics, and to conceive of economic production and exchange in new ways that had never been seen before. In simple terms, the artisans and shopkeepers of the world became understood as a dignified, honest, and worthwhile group — rather than a crafty cabal of dishonest penny-pinchers.

Laws, institutions, and wealth all followed, but they could not have done so without a revolution in thought. The revolution began as an idea, and it became an idea that convinced the world.

Ou, como escreve Deirdre McCloskey:

"The Big Economic Story of our own times is that the Chinese in 1978 and then the Indians in 1991 adopted liberal ideas in the economy, and came to attribute a dignity and a liberty to the bourgeoisie formerly denied. And then China and India exploded in economic growth. The important moral, therefore, is that in achieving a pretty good life for the mass of humankind, and a chance at a fully human existence, ideas have mattered more than the usual material causes. As the economic historian Joel Mokyr put it recently in the opening sentence of one of his luminous books, “economic change in all periods depends, more than most economists think, on what people believe.”[5] The Big Story of the past two hundred years is the innovation after 1700 or 1800 around the North Sea, and recently in once poor places like Taiwan or Ireland, and most noticeably now in the world’s biggest tyranny and the world’s biggest democracy. It has given many formerly poor and ignorant people the scope to flourish. And contrary to the usual declarations of the economists since Adam Smith or Karl Marx, the Biggest Economic Story was not caused by trade or investment or exploitation. It was caused by ideas. The idea of bourgeois dignity and liberty led to a rise of real income per head in 2010 prices from about $3 a day in 1800 worldwide to over $100 in places that have accepted the Bourgeois Deal and its creative destruction...

I claim that a true liberalism, what Adam Smith called “the obvious and simple system of natural liberty,” contrary to both the socialist and conservative ideologues, has the historical evidence on its side. Despite the elements of regulation and corporatism defacing it (and the welfare programs improving it), it has worked pretty well for the poor and for the people for two centuries. I reckon we should keep it — though tending better to its ethics. "

Os ensaios que seguem ao de Deirdre McCloskey também valem a leitura. Para completar as boas referências ao tema, eu recomendo o fascinante livro de Daniel Friedman, Morals and Markets.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mais Sobre o Nobel

i) Ótimo texto de Ed Glaeser sobre as contribuições na teoria de pesquisa aplicada ao desemprego de Diamond, Mortensen e Pissarides. Confirma o que o Giácomo Balbinotto havia me dito: esta história de "search theory" começou com um artigo de George Stigler (Nobel em 1982) de 1961. O post de Tyler Cowen sobre Peter Diamond é uma bela resenha de sua obra.

ii) Enquanto que alguns blogueiros nacionais ficaram contentes por terem acertado Diamond (embora tivessem apostado em Douglas, não em Peter Arthur), outro blogueiro teve mais uma previsão para Nobel confirmada pelos fatos: é incapaz, como as bolsas de apostas, de prever o futuro (mea culpa: eu faço melhores previsões de longo prazo. Posso estar certo certo daqui a dois anos, como o SB em iii), minha previsão é que só o futuro dirá).

iii) Salva de palmas para Selva Brasilis, que antecipou (em dois anos) corretamente o Nobel para Peter (não Douglas) Diamond e ainda postou uma bela entrevista com o próprio, feita por Randall Wright (University of Pennsylvania) e Giuseppe Moscarini (Yale University).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Nobel de Economia de 2010

Saiu finalmente o tão aguardado Nobel de Economia: Peter Diamond, Dale Mortensen e Christopher Pissarides compartilham o prêmio. Suas principais contribuições foram o desenvolvimento de um modelo que explica porque o desemprego pode permanecer elevado a despeito de existirem vagas em postos de trabalho.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Quanto Tempo Leva para G. Akerlof Enviar uma Mala de Roupas para o J. Stiglitz?

A resposta está aqui.

Dinâmica em um Modelo Novo-Keynesiano Quando a Taxa Nominal de Juros é Zero

Interessante este artigo aqui:

"Recent research has found that the dynamics of the New Keynesian model are
very di ferent when the nominal interest rate is zero. Improvements in technology and
reductions in the labor tax rate lower economic activity and the size of the government
purchase output multiplier can be as large as four. We consider the empirical relevance
of these findings using Japanese data. Japan is interesting because it experienced a
protracted period of zero nominal interest rates. A prototypical New Keynesian model
calibrated to Japan and solved using nonlinear methods exhibits orthodox dynamics
with a government purchase multiplier that is less than one."

O modelo em questão tem propriedades ortodoxas, sendo que o multiplicador de gastos do governo é menor do que um. O resultado depende, aparentemente, de se usar métodos não-lineares para calibrar o modelo, o que mantém os custos de ajustamento de preços positivos mesmo no estado estacionário.

PS: Este e outros artigos interessantes aparecem nesta conferência sobre modelos DSGE do FRBofA.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As Apostas dos Simpsons Para o Nobel em Economia

Entre os meus favoritos para o Nobel também estão o Jagdish Bhagwati e o Avinash Dixit, citados nos Simpsons. Outros favoritos meus são o Alberto Alesina e o Robert Barro.
(HT: Marginal Revolution)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manifesto em Defesa da Democracia

O manifesto foi publicado pelo Estadão. Assino embaixo, profundamente preocupado com os rumos políticos do país.

"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no ''outro'' um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.

É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.

Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Recessão Americana Está no Fim?

É o que anuncia o NBER. Jeffrey Frankel, membro do comitê Business Cycle Dating do NBER, explica o que significa este anúncio.

Individualismo x Coletivismo

Valores culturais são determinantes de prosperidade? Este estudo levanta evidências de que culturas individualistas atrelam status social a realizações pessoais, provendo não somente incentivos monetários como também recompensas em termos de status social. (HT: Shikida)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Crise Financeira e Recessão: Como o Ensino de Economia Deve se Adaptar?

A The Economist faz esta pergunta. Economistas do porte de Michael Bordo, Alberto Alesina, Guillermo Calvo, Tyler Cowen e Eswar Prasad respondem.

domingo, 19 de setembro de 2010

O Mito da Desindustrialização

Jagdish Bhagwati expõe, em belo artigo, algumas falácias do argumento da importância do setor manufatureiro. Abaixo vão as passagens mais interessantes para quem acompanha um debate nacional sobre os perigos da desindustrialização:

"In mid-1960’s Great Britain, Nicholas Kaldor, the world-class Cambridge economist and an influential adviser to the Labour Party, raised an alarm over “deindustrialization.” His argument was that an ongoing shift of value added from manufacturing to services was harmful, because manufactures were technologically progressive, whereas services were not.

Kaldor’s argument was based on the erroneous premise that services were technologically stagnant. This view no doubt reflected a casual empiricism based on the mom-and-pop shops and small post offices that English dons saw when going outside their Oxbridge colleges. But it was clearly at odds with the massive technical changes sweeping across the retail sector, and eventually the communications industry, which soon produced Fedex, faxes, mobile phones, and the Internet.

In fact, the dubious notion that we should select economic activities based on their presumed technical innovativeness has been carried even further, in support of the argument that we should favor semiconductor chips over potato chips... It turned out that semiconductors were being fitted onto circuit boards in a mindless, primitive fashion, whereas potato chips were being produced through a highly automated process (which is how Pringles chips rest on each other perfectly).

The “semi-conductor chips versus potato chips” debate also underlined a different point. Many proponents of semiconductor chips also presumed that what you worked at determined whether, in your outlook, you would be a dunce (producing potato chips) or a “with-it” modernist (producing semiconductor chips).

I have called this presumption a quasi-Marxist fallacy. Marx emphasized the critical role of the means of production. I have argued, on the other hand, that you could produce semiconductor chips, trade them for potato chips, and then munch them while watching TV and becoming a moron. On the other hand, you could produce potato chips, trade them for semiconductor chips that you put into your PC, and become a computer wizard! In short, it is what you “consume,” not what you produce, that influences what sort of person you will be and how that affects your economy and your society.

Ignorant of the extensive “deindustrialization” debate in 1960’s Great Britain, two Berkeley academics, Stephen Cohen and John Zysman, started a similar debate in the US in 1987 with their book Manufacturing Matters, which claimed that, without manufactures, a viable service sector is untenable. But this argument is specious: one can have a vigorous transportation industry, with trucks, rail, and air cargo moving agricultural produce within and across nations, as countries such as pre-Peronist Argentina, Australia, New Zealand, and modern Chile have done very successfully.

Cohen and Zysman argued that manufactures were related to services like “the crop duster to the cotton fields, the ketchup maker to the tomato patch,” and that if you “[o]ffshore the tomato farm…you close or offshore the ketchup plant….No two ways about it.” My reaction was: “[A]s I read the profound assertion about the tomato farm and the ketchup plant, I was eating my favorite Crabtree & Evelyn vintage marmalade. It surely had not occurred to me that England grew its own oranges.”"

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Perspectivas Sobre a Liberdade de Imprensa

Para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, "O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa", conforme reportagem do Estadão. Por outro lado, o filósofo escocês David Hume professa sua visão sobre a liberdade de imprensa:

"It is apprehended, that arbitrary power would steal in upon us, were we not careful to prevent its progress, and were there not an easy method of conveying the alarm from one end of the kingdom to the other. The spirit of the people must frequently be rouzed, in order to curb the ambition of the court; and the dread of rouzing this spirit must be employed to prevent that ambition. Nothing so effectual to this purpose as the liberty of the press, by which all the learning, wit, and genius of the nation may be employed on the side of freedom, and every one be animated to its defence. As long, therefore, as the republican part of our government can maintain itself against the monarchical, it will naturally be careful to keep the press open, as of importance to its own preservation."

Para o ex-ministro, liberdade de imprensa é um empecilho para a consolidação de uma ditadura petista, enquanto que para David Hume liberdade de imprensa é necessária para preservar liberdades individuais e impedir a consolidação de um governo absolutista. Ambos estão em comum acordo no que tange a concentração de poder, porém em lados distintos. É preocupante que, a considerar o estado atual da situação política no Brasil, a interpretação do ex-ministro acabe por se tornar predominante no país.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Liberdade na Estrada em Porto Alegre


O Liberdade na Estrada é uma ótima iniciativa do Ordem Livre, um Think Tank dedicado à promoção de liberdade individual, paz e livre mercados. O itinerário completo está aqui. Não custa mencionar que eu estarei ao lado do Bruno e do Diogo no encontro de Porto Alegre.

sábado, 7 de agosto de 2010

A Soma de Todos os Medos

Estamos em meados do ano de 2020. A renda per capita do país está estagnada desde 2015, início do segundo mandato do presidente eleito em 2010. O PT e o PSDB se fundiram em um só partido - o PSDT - em 2017, seguindo o acordo de suas lideranças que reconheceu que ambos os partidos tinham a mesma plataforma "social democrata". A ala radical do PT, composta de sindicalistas, educadores e de "movimentos sociais", aceitou pacificamente o acordo, contribuindo para a estabilidade política do país. Isto ocorreu logo após o aumento da contribuição sindical obrigatória para doze dias por ano da renda dos trabalhadores com carteira assinada. A fusão dos dois partidos foi motivada por um projeto de lei de autoria conjunta das lideranças dos principais partidos nacionais, que previa a volta do bipartidarismo até o ano de 2022. Considerou- se na época que a proliferação de partidos nanicos - como DEM, PP, PSTU e outros - produzia uma fragmentação de interesses contraproducente ao aprimoramento da democracia. O principal partido de oposição, o PMDB, imbuído do mais elevado espírito democrático e visando contribuir para a estabilidade política do país, aceitou inúmeros cargos no que se convencionou chamar de "governo democrático de coalisão". Numa demonstração de boa vontade para "fortalecer os laços patrióticos entre as forças políticas majoritárias" e acelerar o desenvolvimento econômico do país, o Presidente conclamou o PMDB a participar da administração todas as estatais criadas desde 2018.

Para as próximas eleições, o virtual candidato do PSDT, é o filho de um ex-presidente, um empresário bem sucedido do setor de telecomunicações. Ele tem apoio das principais federações da indústria nacional, basicamente por causa de sua gestão no BNDES, que possibilitou a elevação do investimento no setor durante o novo plano de substituição de importações. Da parte do PMDB, sua principal liderança é o neto de famoso político do partido, conhecido como o Democrata. Conta com grande apoio dos pobres e despossuídos, pois criou a Bolsa Cidadania, que substituiu a Bolsa Família poucos anos atrás, com inúmeras vantagens, como seu valor e abrangência. Foi chamada de Bolsa Cidadania porque vincula seu recebimento à participação democrática do cidadão nas eleições, na qualidade de eleitor ou ainda como filiado a algum partido político com representação nacional.

No cenário internacional, o Mercosul é considerado um sucesso, pois facilitou a coordenação dos planos nacionais de substituição de importações, ao elevar a tarifa externa única para, em média, próxima dos 100%. Importações do Chile foram declaradas ilegais, como sanção política ao fato de o Chile ter se desligado da OEA, o que levou países como Canadá e México fazerem o mesmo pouco depois. Os principais parceiros comerciais do Brasil são, fora do Mercosul, a Coréia do Norte e o Irã. O principal produto que o Brasil importa da Coréia é arroz, por causa da grande redução de área plantada no país. Economistas estrangeiros comentam que isto se deve à frequente elevação de "índices de produtividade" no campo, que inviabiliza a produção agrícola em função de um número crescente de invasões seguidas de desapropriações. O governo se defende argumentando que, para garantir a função social da propriedade, é atribuição dos órgãos competentes denunciar proprietários que não atingem os critérios mínimos estabelecidos e ordenar a "integração de posse" aos movimentos sociais, conforme estabelecido na reforma constitucional de 2016. A polícia e o exército acompanham as movimentações de trabalhadores sem terra, para evitar uma reação violenta dos "capitalistas do campo". O principal produto de exportação brasileiro é a sandália havaiana. Houveram denúncias de que estas exportações estavam destruindo a indústria doméstica da Coréia, mas o governo democrático de Pyongyang reprimiu os manifestantes que apedrejaram a embaixada brasileira, a única representação internacional naquele país. Pyongyang reconhece os laços de amizade que tem com o governo brasileiro, que provê a maior parte da ajuda externa que chega à Coréia.

No front econômico doméstico, os problemas se acumulam ano após ano. A carga tributária já chegou aos 57% do PIB, a renda per capita não cresce e a distribuição de renda piora a olhos vistos. "Os planos econômicos são consistentes, estamos conseguindo estimular a indústria doméstica ao identificar corretamente os setores estratégicos do país e canalizar recursos financeiros necessários. Fazemos isto democraticamente, ouvindo os empresários dos setores afetados e os sindicatos dos trabalhadores", diz o Ministro do Planejamento. "Os resultados ainda não apareceram pois o câmbio ainda está sobrevalorizado. Os economistas do IPEA estimaram a desvalorização necessária como sendo da ordem de 43%, o que é compatível com as demandas dos exportadores, mas temos que avaliar melhor o impacto sobre a inflação". Quando perguntado sobre a inflação, ele responde com convicção: "São alguns empresários ganaciosos que tentam tirar vantagem do povo humilde. Já os estamos identificando e iremos aplicar as sanções cabíveis, que vão de controle de preços a prisão e desapropriação, conforme a gravidade dos atos."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Legado de Dionísio Dias Carneiro

Porque desenvolvimento econômico e prosperidade dependem de pessoas como ele: Ilan Goldfajn faz a devida homenagem. Uma grande perda para sua família, amigos e para o país. RIP.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O Polvo e os Economistas

Não estou convencido de que economistas possam prever resultados tão bem como o famoso polvo alemão (tá bem, pela lei dos grandes números alguém pode bater o famigerado polvo), pelo menos usando "time series techniques". Mas esta matéria aqui sugere que globalização também faz bem ao futebol.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Política Fiscal Contracionista Pode Ser Expansionista?

Um antigo (e famoso) artigo de Giavazzi e Pagano, de 1990, mostra que uma severa contração fiscal, ao afetar expectativas de inflação e reduzir a taxa de juros, pode impulsionar a demanda agregada ao aumentar a confiança do consumidor e dos negócios no futuro da economia. Bruce Bartlett explica.

Bhagwati Sobre os Mitos Protecionistas

Nada como ter a teoria correta e os dados na ponta da língua. Um dos maiores experts de comércio internacional, Jagdish Bhagwati, aponta os maiores mitos do protecionismo. O argumento completo está aqui.

Myth 1: “The cost of protection and its flipside, gains from trade, are negligible.”

Myth 2: “Free trade may increase economic prosperity, but it is bad for the working class.”

Myth 3: “Free trade requires that other countries also open their markets.”

Myth 4: “Paul Samuelson abandoned free trade, and he was the greatest economist of his time.”

Myth 5: “Offshoring of jobs will devastate rich countries.”

Desta Vez é Diferente

Ken Rogoff e Carmen Reinhard fizeram bem o tema de casa, como diz o NYT.

Política Fiscal Americana: Uma Projeção Assustadora

HT: John Taylor

Os Dez Mandamentos do Ajuste Fiscal

De Olivier Blanchard e Carlo Cotarelli. São eles:

Commandment I: You shall have a credible medium-term fiscal plan with a visible anchor (in terms of either an average pace of adjustment, or of a fiscal target to be achieved within four–five years).

Commandment II: You shall not front-load your fiscal adjustment, unless financing needs require it.

Commandment III: You shall target a long-term decline in the public debt-to-GDP ratio, not just its stabilization at post-crisis levels.

Commandment IV: You shall focus on fiscal consolidation tools that are conducive to strong potential growth.

Commandment V: You shall pass early pension and health care reforms as current trends are unsustainable.

Commandment VI: You shall be fair. To be sustainable over time, the fiscal adjustment should be equitable.

Commandment VII: You shall implement wide reforms to boost potential growth.

Commandment VIII: You shall strengthen your fiscal institutions.

Commandment IX: You shall properly coordinate monetary and fiscal policy.

Commandment X: You shall coordinate your policies with other countries.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Make a Bomb in the Kitchen of Your Mom"

Este é o título de um dos artigos da suposta revista Inspire da Al-Qaeda, que está em inglês. Aparentemente, seus o objetivos são catequizar ocidentais e engajá-los na luta contra o Grande Satã. Embora seja provavelmente uma fraude, a revista foi mencionada pelo editor de política da The Atlantic. Abre-se então espaço para teorias de conspiração (lembram de Mel Gibson no filme Conspiracy Theory?), onde a minha predileta é que trata-se na verdade de criação da CIA para monitorar seus assinantes. Se Marco Aurélio Garcia estiver no mailing list da revista, corre o risco de perder seu visto de entrada e não poder mais fazer compras em Nova Iorque nem passear na Disneylândia.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nova Campanha na Internet


A criatividade e o sentimento de preservação ambiental dos brasileiros são simplesmente inigualáveis.

Richard Epstein Propõe Reforma no Futebol

Richard Epstein, da Universidade de Chicago, propõe duas reformas no futebol para tornar o jogo mais interessante, isto é, tornar empates menos prováveis e aumentar as chances de gol. São elas: i) Atribuir pesos distintos para gols. Por exemplo, gol de pênalti vale um ponto, de dentro da grande área dois pontos e de fora da grande área três pontos. Esta proposta é inspirada no jogo de basquete. ii) Afastamento temporário do jogo em caso de falta, com progressão por gravidade. Por exemplo, em caso de falta normal, afastamento do jogador por três minutos, em caso de cartão amarelo cinco minutos e cartão vermelho quinze. Cada equipe pode ter até três jogadores afastados simultaneamente. Esta proposta é inspirada no jogo de hockey. O problema é que estas propostas mudam bastante os incentivos no jogo, podendo levar a comportamento disfuncional. Teríamos mais pênaltis como forma de evitar gols com maior pontuação, assim como ter no máximo três jogadores afastados pode induzir os demais a abusar de faltas. No entanto, seria interessante ver algumas partidas experimentais conforme estas propostas.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Melhor da Copa


Não é a "mão de Deus" de Luis Fabiano nem a"mão invisível" de Kaká (aquela que acertou o rosto do pacífico marfinês), nem as brigas dos socialistas gauleses, nem a goleada de Portugal sobre os raquíticos comunistas da Coréia do Norte. É a campanha "Cala Boca, Galvão", que seduziu os, por assim dizer, ingênuos do mundo. Sua origem, importância e desdobramentos está nesta matéria do Estadão.

A Questão Nuclear: Será o Irã de Hoje o Brasil de Amanhã?

Uma visão pessimista (sim, o Brasil do futuro é o Irã de hoje) transparece neste artigo de José Goldemberg, que, discorrendo a respeito do fato de o Brasil e o Irã se oporem à adoção compulsória do Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em conferência recente dos membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), conclui:

"As declarações recentes do vice-presidente da República e do secretário de Assuntos Estratégicos, a decisão do ministro Nelson Jobim de introduzir na Estratégia Nacional de Defesa a proibição de aderir ao Protocolo Adicional e o silêncio do presidente da República sobre o tema encorajam as desconfianças de que o Brasil tem intenções de desenvolver armas nucleares como forma de exercer a soberania nacional. No fundo, essas declarações e a posição do Itamaraty no Conselho de Segurança estão nos conduzindo à situação de que o "Irã de hoje é o Brasil de amanhã". Só um nacionalismo estreito e retrógrado poderia levar-nos a pensar que o TNP viola a soberania nacional, pois o seu conteúdo é análogo ao artigo 21 da Constituição federal, que determina que "toda a atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos". Assegurar nossa soberania não vai decorrer da posse de armas nucleares, mas de um desenvolvimento nacional, científico e tecnológico autêntico."

Por outro lado, uma notícia que abre uma pontada de otimismo: A diplomacia brasileira desiste de se envolver ativamente na defesa dos interesses do Irã.

domingo, 20 de junho de 2010

Os Descaminhos da Política Externa Brasileira

Todo cidadão brasileiro provido de um conjunto de valores cívicos e morais necessários para a convivência em sociedade - tolerância, reciprocidade, respeito a liberdades individuais - e minimamente informado, deve estar preocupado com o fato de o Brasil, na arena externa, estar se alinhando com governos de estirpe autoritária e bajulando ditadores e outros delinquentes de governos. É com estas preocupações em mente é que a política externa brasileira sofre pesadas críticas, como estas externadas pelo Celso Lafer, ex-ministro das relações exteriores:

"O benevolente endosso à violência e à fraude do processo eleitoral no Irã contrapõe-se à "birra" (na terminologia do presidente) na intransigente defesa de Zelaya, dificultando o equacionamento da questão democrática em Honduras. É patente a incoerência com que se invoca o princípio da não-intervenção para favorecer a omissão quanto aos riscos para a democracia e os direitos humanos provenientes da atuação do presidente Chávez na Venezuela e o seu ostensivo desrespeito para benefício eleitoral do presidente Evo Morales na Bolívia."

Celso Lafer conclui,

"Em síntese, o que os críticos da política externa do governo Lula apontam é que a diplomacia brasileira está optando pelo inefável do prestígio em detrimento da realidade dos resultados. Por isso não vem traduzindo apropriadamente necessidades internas em possibilidades externas; não identifica corretamente as prioridades nacionais a serem defendidas no plano internacional; não escolhe com discernimento nem os campos de atuação nos quais o Brasil pode colher os melhores frutos para a efetiva defesa dos seus reais interesses nem os parceiros mais compatíveis com o progresso democrático interno; desconsidera valores e, deste modo, descapitaliza o legado do soft power do nosso país. "

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Previsões de Economistas Sobre a Copa

Aqui está uma coletânea de previsões de economistas (feitas antes do início da Copa), onde a mais surpreendente é a do JP Morgan que prevê Inglaterra e Espanha na final. Se isto realmente ocorrer, será uma desgraça maior para o esporte do foi o ataque às torres gêmeas para o mundo. Por outro lado, as melhores análises de financistas estão sendo divulgadas pelo Selva Brasilis.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Depois da Estréia do Brasil, Ainda Há Bons Motivos Para Assistir a Copa

No primeiro tempo, a Coréia do Norte mostrou como se joga futebol: para frente, e não com toquinhos para o lado. O único esquema tático (as firulas do Robinho e a correria do Kaká não eram um esquema tático) era passar para o Maicon para um cruzamento na área. Previsível demais para dar certo. Robert Aumann, Nobel em Economia, teria dito ao Dunga: Estratégia mista, porra! No segundo tempo, Maicon não cruza, mas chuta ao gol, mostrando ter assimilado as lições do Nobel. Brazil 1 x 0 North Korea. Como a Coréia nos ensinou, toquinho para o lado não ganha a partida: Elano recebe um lançamento em profundidade e marca o segundo. No final, a Coréia nos ensina mais uma lição: Futebol se joga para a frente, com velocidade, e Kim Mon Sun (ou Hoy Tai Cho, não sei quem era o goleador norte coreano, mas tenho certeza que tinha três nomes com três letras) marca um golaço e será, já de volta à República Democrática, o novo secretário geral do partido. Placar final: 2 x 1 para os canarinhos que, graças às lições do Nobel e da equipe adversária, conseguiram três (um número mágico, pelo que parece) pontos.

Decepcionante. Mas ainda restam bons motivos para assistir aos jogos: A Alemanha, a torcida e as outras.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Diferença Entre o Ensino de Graduação e de Pós

John Taylor captura a essência da diferença. Ensinar alunos de graduação a "pensar como economistas" também tem suas recompensas.

sábado, 12 de junho de 2010

"O Caminho da Servidão" de Hayek é #1 em Vendas na Amazon

Estava assistindo há pouco o programa de Glenn Beck na Fox News sobre "O Caminho da Servidão" de F. von Hayek, um dos livros mais importantes que li. Não é que é o livro mais vendido na Amazon? (H. T. Greg Mankiw) Não tenho a edição de 2007, mas a minha, a edição especial de 50 anos de aniversário, tem o prefácio escrito por Milton Friedman, o que a torna muito especial.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Risco de Catástrofe

De vazamentos de óleo em águas profundas a crises financeiras a colisão de asteróides: Por que não fazemos nada a respeito? Richard Posner explica:

"Two final problems illuminate our vulnerability to such risks. First, it is very hard for anyone to be rewarded for preventing a low-probability disaster. Had the Federal Reserve raised interest rates in the early 2000s rather than lowering them, it might have averted the financial collapse in 2008 and the ensuing global economic crisis. But we wouldn't have known that. All that people would have seen was a recession brought on by high interest rates. Officials bear the political costs of preventive measures but do not receive the rewards.

The second problem is that there are so many risks of disaster that they can't all be addressed without bankrupting the world many times over. In fact, they can't even be anticipated."

domingo, 6 de junho de 2010

A Economia Política da Taxa de Câmbio

José T. de Araújo Jr., do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, argumenta:

"Apesar do crescimento das exportações brasileiras nesta década, é pertinente questionar: por que o desempenho do setor industrial não foi tão bom quanto o do setor primário? A resposta não está na taxa de câmbio, porque, como vimos, os preços subiram mais do que a apreciação do real. Uma razão plausível é que a indústria brasileira ainda não superou inteiramente uma distorção que vigorou no País durante a época da substituição de importações: as taxas de crescimento econômico eram elevadas, mas as empresas privadas não inovavam. De fato, até o final dos anos 80, os investimentos em tecnologia eram realizados essencialmente por órgãos públicos.

A origem desse fenômeno é conhecida e bem documentada na literatura econômica: empresários só inovam quando essa é a única estratégia viável para manter a sobrevivência da empresa, e ela só será adotada após terem sido esgotadas outras alternativas menos onerosas, como o acesso privilegiado a recursos públicos e a eliminação da concorrência por meio de barreiras comerciais ou institucionais."

"Em suma, a escolha entre desvalorização cambial e incentivos à inovação implica dois conjuntos distintos de beneficiários. De um lado estão aquelas empresas que não conseguem acompanhar o ritmo de progresso técnico internacional. De outro, o resto da Nação."

sábado, 5 de junho de 2010

Novo Blog de Raghuram Rajan

Se chama Fault Lines, homônimo de seu novo livro sobre a crise financeira. Altas expectativas sobre o blog e sobre o livro, encomendado há duas semanas na Amazon. BTW, outro livro recente sobre a crise que devo receber em breve é Crisis Economics, de Nouriel Roubini.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Econometria Pouco Prejudicial

Vai para a lista de blogs ao lado: Mostly Harmless Econometrics, blog homônimo do interessantíssimo livro de Angrist e Pischke.

Tao Te Ching e Ordem Espontânea

No Tao Te Ching, obra escrita mais de dois mil anos antes de A Riqueza das Nações de Adam Smith, Lao Tzu instrui o governante a adotar o princípio da ordem espontânea, ou não interferência (wu wei), como a melhor maneira de alcançar felicidade e prosperidade:

Administre o império não se engajando em nenhuma atividade.
Quanto mais tabus e proibições existirem neste mundo,
Mais pobres as pessoas serão.
Quanto mais leis e ordens forem proeminentes,
Mais ladrões e assaltantes existirão.
Portanto, o governante diz:
Eu não faço nada e as pessoas irão se transformar.
Eu não me engajo em nenhuma atividade e as pessoas irão prosperar.

Lao Tzu entendeu que corrupção e pobreza emanam de restrições à liberdade individual decorrentes da atividade de governo. Portanto, o "Livro do Caminho e da Virtude" recomenda limitar as ações de governo para ajudar a criar um ambiente onde as pessoas possam buscar suas próprias realizações pessoais e felicidade. Trata-se de uma boa lição de sabedoria oriental para os nossos candidatos a qualquer cargo político, que acreditam poder remover os males da nossa sociedade simplesmente criando mais e mais restrições à atividade econômica.

Incerteza Knightiana, Parada Financeira Súbita e o Desfibrilador Financeiro

Interessante artigo de Ricardo Caballero. Ele faz uma analogia da recente crise financeira com uma parada cardíaca súbita: é importante levar um estilo de vida saudável (boa regulação financeira) e ter acesso rápido a um desfibrilador cardíaco (na forma de um seguro público crível para transações finaneiras), em caso de necessidade. Caballero acredita que o risco moral induzido pelo desfibrilador financeiro é menos importante do que o risco de colapso do sistema, em função da presença de intensa incerteza Knightiana.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Política Externa Brasileira Para Dummies

Uma interpretação menos otimista do que a oficial: bajular ditadores e déspotas não faz bem à reputação do país, conquistada pelo legado de pragmatismo, sobriedade e imparcialidade adquirido na década passada.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ciência Para Dummies

No caso, a Capes, o Mec, as Universidades, etc. Do blog de Herton Escobar.

domingo, 23 de maio de 2010

A Grécia (e Outros Países) é Mais Pobre do Que Parece

Tyler Cowen, sobre a crise grega, em artigo no NYT:

"GREECE is not the only country that suddenly feels poorer. Britain faces budget deficits at about 12 percent of G.D.P., and Italy has a debt-to-G.D.P. ratio of 110 percent. In the United States, the housing and job markets are recovering only in fits and starts and we face significant future Medicare liabilities. This is the era of the rude economic awakening, and Greece is simply an extreme manifestation. The new European bailout plan is a denial of this truth rather than recognition of the new reality that a lot of countries, most of all Greece, aren’t as rich as we used to think."

Rent Seeking na Prática

Abrir uma entidade sindical transformou-se em negócio lucrativo no País. Como é explicado pela "Lógica da Ação Coletiva", de Mancur Olson, o custo individual (apenas um dia de trabalho por ano) que motivaria uma mobilização contra este assalto é relativamente baixo, enquanto que os benefícios da mobilização são espalhados por toda a sociedade. Resultado: Rent seeking, rent seeking e mais rent seeking. De acordo com reportagem do Estadão,

"O imposto sindical, um bolo tributário de quase R$ 2 bilhões formado por um dia de trabalho por ano de toda pessoa que tem carteira assinada, alimenta um território sem lei. Os 9.046 sindicatos que dividem esse dinheiro não são fiscalizados.

Resultado: abrir uma entidade sindical transformou-se em negócio lucrativo no País. Levantamento feito pela reportagem do Estado identificou sindicatos de todos os tipos: de fachada, dissidentes por causa de rachas internos e entidades atuando como empresas de terceirização de mão de obra.

Os dirigentes das centrais admitem que o imposto está por trás da proliferação sindical, o que transforma alguns sindicatos em verdadeiros cartórios. A reportagem constatou ainda que, só neste ano, o Ministério do Trabalho registrou um novo sindicato a cada dia, 126 no total, o que revela uma indústria debaixo da chamada liberdade sindical garantida pela Constituição.

A proliferação acirrou-se a partir de 2008, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu formalizar as centrais - a fatia do bolo que elas recebem é proporcional ao número de entidades filiadas. E tudo ficou mais fácil quando Lula decidiu que as centrais não precisam prestar contas do dinheiro que recebem."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

História Econômica de Qualidade

William Summerhill escreve sobre instituições, escravidão, desigualdade e desenvolvimento no Brasil (as evidências empíricas são de cidades de São Paulo). As conclusões não são as do senso comum. (HT: Leonardo Monastério)

Complexidade e Xadrez

Qual será a partida definitiva de xadrez? Quem ganha, as Brancas ou as Pretas? Ou será um empate forçado? Sob o ponto de vista de teoria dos jogos, xadrez é um jogo trivial. Sob o ponto de vista computacional, é um problema de difícil resolução.

domingo, 16 de maio de 2010

Macroeconomia Moderna: Lições e Desafios

Alex divulga um artigo interessante do Kocherlakota (via Mankiw), professor da Universidade de Minnesota e presidente do Fed de Minneapolis. O artigo é muito bom e aqui vão alguns comentários:

i) Curiosamente, bons economistas costumam beber da mesma fonte (ok, um pouco de pretensão. Só por eu leio o blog do Mankiw regularmente isto não me torna um bom economista. Mas saber que bons economistas como o Alex também o fazem, me faz me sentir membro de um clube especial....)

ii) Aos meus alunos de graduação de Tópicos Especiais de Macroeconomia (todos os dois): Kocherlakota enfatiza as cinco características essenciais da macroeconomia moderna, que já foram apresentados explicitamente nos modelos por nós discutidos:

" Modern macro models can be traced back to a revolution that began in the 1980s in response to a powerful critique authored by Robert Lucas (1976). The revolution has led to the use of models that share five key features:
  • They specify budget constraints for households, technologies for firms, and resource constraints for the overall economy.
  • They specify household preferences and firm objectives.
  • They assume forward-looking behavior for firms and households.
  • They include the shocks that firms and households face.
  • They are models of the entire macroeconomy."
E sim, macroeconomia moderna é diferente do arcabouço tradicional de IS-LM-OA ou CP-DA, que é usual no ensino de graduação (ou ainda CP-IS-RPM, nem tão usual assim) e demanda mais matemática e computação (afinal de contas a macro moderna é quantitativa):

"Finally, just like old macro models, modern macro models are designed to be mathematical formalizations of the entire economy. This ambitious approach is frustrating for many outside the field. Many economists like verbal intuitions as a way to convey understanding. Verbal intuition can be helpful in understanding bits and pieces of macro models. However, it is almost always misleading about how they fit together. It is exactly the imprecision and incompleteness of verbal intuition that forces macroeconomists to include the entire economy in their models.

When these five ingredients are put together, the result is what are often termed dynamic stochastic general equilibrium (DSGE) macro models. Dynamic refers to the forward-looking behavior of households and firms. Stochastic refers to the inclusion of shocks. General refers to the inclusion of the entire economy. Finally, equilibrium refers to the inclusion of explicit constraints and objectives for the households and firms."

Os modelos DSGE são um pouquinho mais complicados, portanto é necessário ter um pouco mais de cuidado para "prever" a trajetória das variáveis endógenas do modelo como função das variáveis exógenas e dos choques que afetam a economia. Não dá para sair dizendo, como fazem os economistas de partido, que "se o governo gastar mais, ele estimula a demanda agregada e o produto e emprego cresce".

iii) Aos alunos do PPGE, curiosos com o recém inaugurado Núcleo de Pesquisa em Economia Computacional (batisado informalmente de "Nudepeecomputa" por algum gênio de marketing), sua relevância para macro é sintetizada pelo Kocherlakota:

"My own idiosyncratic view is that the division (between saltwater and freshwater economists) was a consequence of the limited computing technologies and techniques that were available in the 1980s. To solve a generic macro model, a vast array of time- and state-dependent quantities and prices must be computed. These quantities and prices interact in potentially complex ways, and so the problem can be quite daunting.

However, this complicated interaction simplifies greatly if the model is such that its implied quantities maximize a measure of social welfare. Given the primitive state of computational tools, most researchers could only solve models of this kind. But—almost coincidentally—in these models, all government interventions (including all forms of stabilization policy) are undesirable.

With the advent of better computers, better theory, and better programming, it is possible to solve a much wider class of modern macro models. As a result, the freshwater-saltwater divide has disappeared."

Em suma, é parte importante do arsenal do macroeconomista moderno o domínio de softwares como Mathematica, Matlab, Maple, GAMs, Duali, etc. Obviamente, outras áreas da economia também se beneficiam destes avanços em teoria e em computação.

sábado, 15 de maio de 2010

A Economia dos Direitos de Propriedade

Por que existem direitos de propriedade? Por que é aceitável que o proprietário de um recurso possa excluir o resto do mundo do uso de seu recurso? Quais são as consequências da sua existência? Como direitos de propriedade são modificados? Neste artigo, que representa uma introdução à economia dos direitos de propriedade, estas e outras questões são discutidas.

Sobre Krugman e Libertarianismo

Nesta coluna do Paul Krugman, ele critica o libertarianismo por, no seu entendimento, precisar de políticos incorruptíveis. Ummm... Não seria o estado-babá (ou qualquer outra alternativa) que precisa de políticos incorruptíveis, pois transfere mais poderes a eles? David Boaz comenta:

"The libertarian system of markets and property rights is impeded when politicians interfere in it. But Krugman’s ideal system is that politicians should decide all questions — monetary policy, health care policy, product safety, environmental tradeoffs, you name it. Whose system is more likely to produce corrupt politicians, and more likely to fail because of them?"

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Amartya Sen: The Economist Manifesto



Em belo artigo de Amartya Sen, a relevância atual da "Teoria dos Sentimentos Morais" de Adam Smith é ressaltada. Seu argumento é, ao meu ver, plenamente compatível com o liberalismo clássico, chamado hoje em dia de libertarianismo, enquanto que anarco-capitalistas devem ter objeções. Aproximação importante, visto que Amartya Sen é considerado por muitos um social-democrata moderno.

"The continuing global relevance of Smith's ideas is quite astonishing, and it is a tribute to the power of his mind that this global vision is so forcefully presented by someone who, a quarter of a millennium ago, lived most of his life in considerable seclusion in a tiny coastal Scottish town. Smith's analyses and explorations are of critical importance for any society in the world in which issues of morals, politics and economics receive attention. The Theory of Moral Sentiments is a global manifesto of profound significance to the interdependent world in which we live."

Serão os EUA a Nova Grécia?

Não para Paul Krugman. Que os EUA têm um problema fiscal a ser resolvido é fato, mas ainda está longe de ser parecido com o problema grego. A figura acima, do artigo de Krugman, mostra as projeções dos déficits dos dois países:

"Here’s a more or less apples-to-apples comparison of the medium-term outlook. I’ve taken the Auerbach-Gale projections for the US budget deficit as a percentage of GDP outlook under Obama policies, and compared them with the IMF projections for Greece, subtracting out “measures” — that is, the austerity measures agreed in return for official loans."

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vishy Anand é o Novo Campeão Mundial de Xadrez

Com a participação de Robert Mundell (na imagem acima, fazendo o lance inicial da quinta partida do match do Campeonato Mundial de Xadrez, em Sofia, Bulgária), terminou há pouco o match, com uma vitória excepcional do indiano Vishy Anand sobre o búlgaro Veselin Topalov. Com um resultado final de 6,5 x 5,5 em favor de Anand, este foi certamente o match mais eletrizante desde os encontros lendários entre Karpov e Kasparov. Mig Greengard, do Daily Dirt, comenta.

Nesta reportagem aqui, Mundell, que é aficionado de xadrez e autor da teoria das áreas monetárias ótimas, avalia a crise da Grécia e seus impactos sobre a zona do Euro, e ainda revela que já disputou uma partida de xadrez com Bobby Fischer.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uma Autópsia do Sistema Financeiro Americano

O abstract do recente artigo de Ross Levine é o seguinte:

"In this postmortem, I find that the design, implementation, and maintenance of financial policies during the period from 1996 through 2006 were primary causes of the financial system’s demise. The evidence is inconsistent with the view that the collapse of the financial system was caused only by the popping of the housing bubble and the herding behavior of financiers rushing to create and market increasingly complex and questionable financial products. Rather, the evidence indicates that regulatory agencies were aware of the growing fragility of the financial system associated with their policies during the decade before the crisis and yet chose not to modify those policies."

A Crise da Democracia Capitalista



Este é o título do novo livro de Richard Posner. Em resenha do livro no NYT, Niall Ferguson argumenta que Posner lembra um pushmi-pullyu, ao condenar o big government e aderir ao keynesianismo. Para Posner, as causas da crise foram falhas na política monetária (baixa taxa de juros, entre 2001 e 2004), falhas regulatórias e falhas no rigor intelectual. Entretanto, ele vê com bons olhos os gigantescos déficits fiscais provenientes das políticas keynesianas para "resgatar a economia". Mr. Ferguson conclui:

"Posner makes it clear that he understands the risks the United States now faces as the crisis of private finance continues its metamorphosis into a crisis of public finance: an exploding debt relative to gross domestic product; larger risk premiums as investors prepare for higher inflation or a weaker dollar; rising interest rates; a greater share of tax revenues going for interest payments; a diminishing share of resources available for national security as opposed to Social Security. “As an economic power,” Posner concludes, “we may go the way of the British Empire.” Indeed. It seems not to have struck the judge that British decline and the rise of Keynesianism went hand in hand. "

Aula de Escolha Pública

Quer saber como pensa um político? A resposta está aqui.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

The Muppets Meet Queen



Para quem não sabe do que se trata, aqui está o original.

Libertarianism From A to Z

É o novo livro do prof. de Economia de Harvard, Jeffrey Miron. Ideal para quem gosta de pensar e acredita que as opções políticas aqui no Brasil são por demais estreitas. Sua entrevista à Reason.tv está aí em baixo.

Privilégios à Venda: O caso da Máfia Chinesa e do Ministério da Justiça

As teorias de escolha pública, economia política, direitos de propriedade e custos de transação informam: quanto maiores as restrições legais à atividade econômica (ou seja, quanto maiores os custos de transação), maiores serão os incentivos que os agentes terão para tentar burlar os controles e capturar uma fatia maior de renda, e mais propício estará o ambiente institucional para ações de rent-seeking e corrupção. Neste sentido, as relações da máfia chinesa com nosso Ministério da Justiça não são surpreendentes, pois decorrem naturalmente da nossa prática política predominante, que, como diz o ditado popular, é a de "criar dificuldades para vender facilidades".

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estado Mínimo e Patrimonialismo

Este é o título de bom artigo do Pedro Cavalcanti Ferreira no Estadão de hoje. Tece considerações sobre o maniqueísmo ideológico vigente nas discussões sobre o papel do estado na economia, que afasta toda e qualquer possibilidade de diálogo inteligente e visa escamotear as brutais transferências de renda e concessões de privilégios que fazem parte da nossa tradição política. O artigo é bom por levantar tal ponto de vista, mas deixa a desejar em outro aspecto importante pois, ao descrever avanços recentes da teoria econômica, ignorou completamente as contribuições da teoria da escolha pública e da moderna economia política. Explico: PCF discorre sobre falhas de mercado - a mão invisível de Adam Smith não funciona perfeitamente bem - para justificar intervenção do governo em diversas atividades, que vão de educação a regulação de mercados. O problema é que ele simplesmente ignora que a teoria econômica atual não justifica estas intervenções da forma como ele propõe, pois existem falhas de governo - como aquelas que PCF devidamente aponta ao longo do texto - que impedem o uso de soluções eficientes e que são foco de estudo da teoria econômica. Em suma, a existência de falhas de mercado não é suficiente para justificar ação de governo, é necessário mostrar que sua intervenção melhora a situação em questão. Uma discussão racional sobre o papel do estado na sociedade deve necessariamente ponderar o trade-off entre falhas de mercado e falhas de governo e reconhecer que, devido às imperfeições de ambos, escolher uma solução utópica, perfeita e ideal pode significar, na prática, a imposição de um mundo muito pior do que o factível.

sábado, 1 de maio de 2010

Livre Comércio e Globalização em Idéias



Alex Tabarrok, do Marginal Revolution, explica o poder das idéias. Por algum motivo ele não menciona a América Latina nem o Brasil. Assista ao video e descubra porque.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Papel do Empreendedor

Shikida chama a atenção aos trabalhos de Ed Lazear, que discute empreendedorismo e liderança. É bem verdade que a teoria econômica convencional negligenciou por muito tempo o papel do empreendedor, mas o fato é que vários economistas convencionais que estão produzindo idéias interessantes sobre o tema. Só para citar alguns, Edmund Phelps, William Baumol e Daniel Spulber. Trata-se de uma área "quente" para pesquisa aplicada.

Mais um Serviço de Utilidade Pública do Alex

É o seu artigo sobre a "escalada" das importações. Belo exercício comparativo que refuta argumentos pra lá de conhecidos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Gráfico de Legolas


Gilberto Kloeckner me avisou e eu não acreditei: O gráfico de Legolas agora em escala mundial. Será que é uma versão de Equilíbrio Geral para quem não é economista?
(HT: Selva Brasilis)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Uma Pequena Mensagem de Otimismo



Se você, caro leitor, anda desanimado, cansado e nada dá certo, uma pequena dose de otimismo pode lhe fazer muito bem, pois tudo na vida é apenas uma questão de encará-la com a perspectiva correta: Tenha uma atitude mais positiva, assista ao vídeo acima e cante a canção!

Always Look on the Bright Side of Life (from Monty Python)

words and music by Eric Idle

Some things in life are bad
They can really make you mad
Other things just make you swear and curse.
When you're chewing on life's gristle
Don't grumble, give a whistle
And this'll help things turn out for the best...

And...always look on the bright side of life...
Always look on the light side of life...

If life seems jolly rotten
There's something you've forgotten
And that's to laugh and smile and dance and sing.
When you're feeling in the dumps
Don't be silly chumps
Just purse your lips and whistle - that's the thing.

And...always look on the bright side of life...
Always look on the light side of life...

For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow.
Forget about your sin - give the audience a grin
Enjoy it - it's your last chance anyhow.

So always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath

Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke, it's true.
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you.

And always look on the bright side of life...
Always look on the right side of life...
(Come on guys, cheer up!)
Always look on the bright side of life...
Always look on the bright side of life...
(Worse things happen at sea, you know.)
Always look on the bright side of life...
(I mean - what have you got to lose?)
(You know, you come from nothing - you're going back to nothing.
What have you lost? Nothing!)
Always look on the right side of life...

O Trilema Financeiro

Niall Ferguson (autor de A Ascensão do Dinheiro) e Ted Forstmann argumentam, no WSJ, que o trilema de mercados financeiros é que só se consegue uma combinação de duas das três seguintes: i) um sistema financeiro eficiente, ii) nenhum bailout baseado em "grande demais para quebrar", e iii) uma economia livre de recessão. O problema é que os políticos resolveram que o bom mesmo é ter os três.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sunshine of Your Love - The Jimi Hendrix Experience



Versão ao vivo do clássico do Cream. Um pequeno detalhe: eles não sabiam a letra da música! Duca ao quadrado.

Sunshine of Your Love - Cream



Um dos melhores riffs da história do rock com Cream. Um baterista de jazz doidão, um baixista que tocava violoncelo e um dos melhores guitarristas de todos os tempos. Duca.

Mais Falhas de Governo

Gerald O'Driscoll, em inspirado artigo no WSJ:

"The idea that multiplying rules and statutes can protect consumers and investors is surely one of the great intellectual failures of the 20th century. Any static rule will be circumvented or manipulated to evade its application. Better than multiplying rules, financial accounting should be governed by the traditional principle that one has an affirmative duty to present the true condition fairly and accurately—not withstanding what any rule might otherwise allow. And financial institutions should have a duty of care to their customers. Lawyers tell me that would get us closer to the common law approach to fraud and bad dealing.

Public choice theory has identified the root causes of regulatory failure as the capture of regulators by the industry being regulated. Regulatory agencies begin to identify with the interests of the regulated rather than the public they are charged to protect. In a paper for the Federal Reserve's Jackson Hole Conference in 2008, economist Willem Buiter described "cognitive capture," by which regulators become incapable of thinking in terms other than that of the industry. On April 5 of this year, The Wall Street Journal chronicled the revolving door between industry and regulator in "Staffer One Day, Opponent the Next."

Congressional committees overseeing industries succumb to the allure of campaign contributions, the solicitations of industry lobbyists, and the siren song of experts whose livelihood is beholden to the industry. The interests of industry and government become intertwined and it is regulation that binds those interests together. Business succeeds by getting along with politicians and regulators. And vice-versa through the revolving door.

We call that system not the free-market, but crony capitalism. It owes more to Benito Mussolini than to Adam Smith."

A (Ir)Relevância da Teoria Sraffiana

Do abstract de um recente artigo de Mark Blaug:

"There is a trade-off in economics (and elsewhere) between rigor and relevance:
the more we achieve deductive certainty in our arguments, the less
likely it is that we will achieve socially and politically relevant conclusions.
This trade-off, as we shall see, is not logically inevitable but, nevertheless,
it is rarely avoided in economic theorizing. Sraffian economics,
or so-called neo-Ricardian economics, is a striking example of this tradeoff.
From the outset in the pages of Piero Sraffa’s Production of Commodities
by Means of Commodities (1960) every departure from the framework
of simultaneous linear equations is carefully avoided with the aim of
producing a determinate theory of relative prices, conceived as a snapshot
of an economy at one moment of time. I shall argue that it condemns itself
to irrelevancy by its obsessive concern with rigor, cutting away every
wrinkle in its arguments, even if those wrinkles raise fundamental questions
about the economy that require resolution."

Mr. Blaug então continua:

"I claim that Sraffian economics, however rigorous...., is irrelevant to our understanding of the real world and, judging by its failure to draw any policy implications, is largely irrelevant
to the major concerns of modern economists."

Marte Ataca!

Eles já estão entre nós.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Questão Nuclear, o Brasil e o Irã

A postura da diplomacia brasileira, se alinhando ao Irã, suscita dúvidas (ou certezas) quanto à sua adequação (ou inadequação). Como se diz nas universidades, "é importante desenvolver um olhar crítico da sociedade" (sic), de forma que vou listar alguns artigos críticos da postura brasileira, para que alunos de cursos de relações internacionais enriqueçam suas discussões:

A Diplomacia da Pirraça.
A Nova Estratégia Nuclear dos Estados Unidos. Artigo de José Goldemberg.
O Brasil e a Nuclearização do Irã. Ótimo artigo de Celso Laffer.

Essencial para entender a questão nuclear: o discurso de Nobel de Thomas Schelling. O video está aqui e o pdf aqui.

Finalmente, é imperdível o filme de Stanley Kubrick, Dr. Strangelove.

Por Que a Maioria dos Professores é de Esquerda?

Pelo mais comum dos sentimentos humanos: a inveja.

"One way to compensate for this bleak and futureless existence is to become involved in left-wing causes. They give us a sense of identity in a world seemingly owned and operated by Rotarians. And they provide us with hope. In big government we trust, for with the election of sufficiently enlightened officials, we might gain full medical coverage, employment for our children, and good pensions. These same leftist leaders might redistribute income "fairly," by taking wealth from the "greedy" and giving it to those of us who want more of everything. A "just" world might be created in which sociologists, political scientists, botanists, and romance language professors would achieve the greatness that should be theirs. It's all a matter of educating the public. And hurling anathemas at people of position and affluence we deeply envy. "

Abuso do Ceteris Paribus

Ceteris Paribus é um importante recurso em análise econômica e é equivalente à noção de derivada parcial em modelos analíticos. Ele permite entender o que acontece com as variáveis endógenas de um sistema quando há uma mudança em alguma das exógenas, mantidas todas as outras constantes. Como recurso analítico é excelente, mas a qualidade de uma análise deve refletir também a compreensão de que, no mundo real, várias variáveis exógenas podem estar se movimentando ao mesmo tempo. Constitui-se em erro comum de análise atribuir a apenas uma fonte as mudanças nas variáveis endógenas, como se o mundo reproduzisse ipsis literis o recurso analítico. O erro de análise é pior quando o movimento das outras variáveis exógenas, ignoradas pelo analista, têm impacto maior sobre o sistema do que a variável escolhida por ele. Finalmente, o erro atinge proporções dantescas quando o analista não contrapõe sua análise aos fatos empíricos observados. Coisa que se ensina na graduação para que o aluno não passe vergonha na banca do TCC.

Mas o que não é recomendável para um graduando em economia, é prática da turma do pensamento mágico. Em mais um serviço de utilidade pública, Alex disseca um artigo de um diretor brasileiro do FMI, mostrando que pensamento mágico não é nada mais, nada menos do que.... mágico.