Mostrando postagens com marcador Keynes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Keynes. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Herança Maldita

Sobre o legado político das ideias de Keynes, de acordo com John Taylor:

"Milton Friedman wrote a wonderful review essay on Keynes’ influence on economics and politics which touches on these issues and is still well worth reading. Friedman distinguished between Keynes’ political bequest—the advocacy of discretionary actions taken by powerful government officials—and his economic bequest—the emphasis on aggregate demand as a source of business cycle fluctuations. In the last section of the essay Friedman argues—quoting extensively from Keynes’ famous letter to Hayek on the Road to Serfdom—that the political bequest was very harmful while the economic bequest has many important insights."

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Keynes vs. Hayek


Desta vez, com participação especial de Ben Bernanke. Sensacional!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Rap de Lord Keynes e Herr von Hayek


Dica: Greg Mankiw. Hilariante forma de aprender a economia dos ciclos econômicos, nas perspectivas keynesiana e austríaca.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Por Que (Quase) Todos os Políticos São Keynesianos?

Pedro Albuquerque, do Incentives Matter, responde:

"It should not be surprising however that both liberals and conservatives, especially when given political power, love Keynes. Both ideologies nurture deep beliefs in the infallibility of government intervention and the fallibility of markets, beliefs however that are at the core of the failures of Keynesianism. That Keynes didn't know much about modern public choice is understandable. That contemporary conservatives and liberals however willingly choose to ignore it is unacceptable, something that can only be explained by modern public choice science itself: these beliefs are simply the result of the self-serving search for power and control in politics (although it could be argued that there are also deeply rooted religious factors behind this fatal attraction for Keynesian ideas).

Besides all that, Keynesianism has never been really discarded when it comes to policy making, despite all the advances in macroeconomics after Keynes. It makes absolutely no sense therefore to say that we should return to Keynesian economic policies, as if we have ever really abandoned them. Politics and Keynesianism is a marriage made in hell."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Keynes: O Retorno do Mestre

Greg. Mankiw comenta o novo livro de Robert Skidelsky, o biógrafo "oficial" de John Maynard Keynes, no WSJ.

"Keynesian theory is based in part on the premise that wages and prices do not adjust to levels that ensure full employment. But if recessions and depressions are as costly as they seem to be, why don't firms have sufficient incentive to adjust wages and prices quickly, to restore equilibrium? This is a classic question of macroeconomics that, despite much hard work, is yet to be fully resolved.

Which brings us to a third group of macroeconomists: those who fall into neither the pro- nor the anti-Keynes camp. I count myself among the ambivalent. We credit both sides with making legitimate points, yet we watch with incredulity as the combatants take their enthusiasm or detestation too far. Keynes was a creative thinker and keen observer of economic events, but he left us with more hard questions than compelling answers."

domingo, 1 de março de 2009

Sobre o Uso Indevido de Keynes

Shikida, do Degustibus, lembrou do famoso prefácio à edição alemã da Teoria Geral, de John Maynard Keynes. É coisa que keynesianos não gostam de ouvir falar, mas boa parte deles endossa, pelo menos os da seita brasileira: propoem frequentemente a elevação de gastos públicos como política anticíclica, para combater uma recessão, mas raramente propoem a redução de gastos do governo como política anticíclica quando a economia se encontra na parte expansiva do ciclo (digo raramente, embora eu ainda não tenha tido conhecimento deste argumento da parte de keynesianos brasileiros). Desta forma, os ditos keynesianos brasileiros são favoráveis ao crescimento permanente do tamanho do governo (tornando-os ideologicamente aceitáveis pelos marxistas), o que deve fazer Keynes rolar na tumba. O fato é que mesmo o jovem Keynes, o da Teoria Geral, não endossava regimes totalitaristas. Diz-se que, em uma carta a Joan Robinson (que era socialista), Keynes escreveu que quando e se uma revolução socialista ocorresse na Inglaterra, ele estaria na trincheira do lado oposto ao dela. No entanto, Keynes via como inexorável (não como argumento teórico, porém decorrente da observação empírica da situação política européia) o crescimento do governo (note-se, crescimento em relação ao tamanho dos governos no início do século XX, bem abaixo de 20% do PIB e mais abaixo ainda dos atuais 40 a 50% dos países mais ricos) com maior envolvimento em investimento, sendo contra investimentos na indústria bélica (que era a experiência da Alemanha nos anos 30, um dos primeiros países a sair da grande depressão) e favorável a construção de escolas e museus, entre outras atividades.

E o Keynes pós Teoria Geral? Mario Rizzo, do Think Markets, faz a seguinte citação:

Organized public works, at home and abroad, may be the right cure for a chronic tendency to a deficiency of effective demand. But they are not capable of sufficiently rapid organisation (and above all cannot be reversed or undone at a later date), to be the most serviceable instrument for the prevention of the trade cycle.(Keynes, Collected Writings, vol. XXVII, p.122 ).

Desta forma, ao contrário dos seus seguidores brasileiros, Keynes não era favorável ao crescimento permanente do governo como forma de estabilizar a demanda agregada.
Keynes entendia que a instabilidade do investimento privado era devido a incertezas a respeito de condições econômicas futuras e que ela estava na origem das flutuações do ciclo econômico, mas entendia também que a instabilidade de ações de governo -políticas discricionárias - não se constituia em um bom substituto. O governo deveria ajudar a prover um bom ambiente de negócios para reduzir incertezas sobre o futuro e assim reduzir a variabilidade das flutuações econômicas. O argumento completo desta interpretação está aqui.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Lord Keynes e o Keynesianismo Brasileiro

Bom artigo do Pedro Malan, no Estadão. Vale a pena reproduzi-lo na íntegra:

Respostas à crise: o uso de Keynes

Pedro S. Malan

""Nunca a conjuntura foi tão pouco conjuntural" (André Lara Resende). O que é uma forma de dizer: há que ter senso de perspectiva quando se está em meio a uma crise econômica global do tipo que só ocorre em intervalos que se contam em décadas. Perspectiva não apenas para entender melhor como chegamos à situação atual, ver se há algo para aprender com as experiências de resolução de crises pretéritas; reavaliar como está o resto do mundo. Como também - e tão ou mais relevante - para olhar adiante, sabendo que "o que mais importa agora" é responder adequadamente à crise - o que exige um mínimo de perspectiva.

Relevância e urgência seriam razões suficientes para voltar ao tema de meu artigo anterior neste espaço (Respostas à crise e o crescimento). Há outras, que têm que ver com o uso, a meu juízo, indevido, que se vem fazendo entre nós das ideias do maior economista do século passado (J. M. Keynes) para defender um determinado tipo de resposta do Brasil à grave crise atual, com referência à forma como teria sido superada a crise dos anos 1930 - a mais grave até hoje conhecida e tema de revigorado debate entre os que buscam lições do passado para exigências do presente.

As situações e as respostas de hoje por certo não são nem poderiam ser as mesmas que as de quase 80 anos atrás. Entre 1929 e 1933, por exemplo, o PIB norte-americano declinou, em termos nominais, em mais de 50%, divididos quase meio a meio entre queda real e deflação (queda de preços). O desemprego nos EUA quando Roosevelt iniciou seu governo (março de 1933) chegava a 25% da força de trabalho. E, apesar do New Deal, houve uma recessão intensa nos EUA entre março de 1937 (início do segundo mandato de Roosevelt) e maio de 1938, contribuindo para que o nível do PIB nominal que os EUA haviam alcançado em 1929 só fosse superado em 1940, um ano após o início da 2ª Guerra Mundial.

Keynes tinha convicção sobre a crucial importância da recuperação da economia dos EUA para o resto do mundo. Instado por amigos americanos, escreveu bela carta a Roosevelt em dezembro de 1933. Convidado pela Universidade de Columbia, visitou os EUA em maio de 1934 e por três semanas, em contatos com empresários, financistas, políticos e altos funcionários da administração, inclusive com o próprio Roosevelt. Na sua principal palestra pública nessa viagem abordou o tema da retomada à luz de duas perguntas básicas: que medidas podem ser adotadas para acelerar o retorno à normalização das atividades empresariais? Em que escala, por meio de que expedientes e por quanto tempo são recomendáveis níveis anormais de dispêndio governamental?

Keynes argumentou que a confiança empresarial estava "singularmente escassa" e sugeria que por "pelo menos seis meses e provavelmente um ano" a retomada dependeria fundamentalmente dos estímulos supridos pelas autoridades na forma de gastos emergenciais. E insistiu na necessidade de aumentar a efetividade das políticas de retomada do crescimento em cinco áreas: investimentos em habitação, ferrovias e "utilities"; reabertura do mercado de capitais; redução da taxa de juros de longo prazo e manutenção da política cambial que fixara uma nova relação (desvalorizada em quase 60%) entre o dólar e o ouro, que prevaleceu até 1971.

É importante notar, para propósitos do debate atual, que Keynes falava em "problemas de ignição", em gastos governamentais temporários, emergenciais, contracíclicos, como se diz hoje. E escreveu na carta a Roosevelt: "No segundo capítulo desta história, os dispêndios do governo podem ser reduzidos à medida que o setor privado retome seu papel."

Mas o fato é que muitos, no mundo de então, e de hoje, viram, e veem, a sugestão de Keynes para sair da Depressão como uma "parte permanente do mecanismo de preservação da demanda". Vale citar a explicação de Keynes em correspondência (de 1934) dirigida ao chefe da Divisão de Pesquisa e Planejamento da National Recovery Administration: "A minha teoria (ênfase no original) é a mesma seja o dispêndio realizado pelo governo ou pelo setor privado... apenas no evento de uma transição para o socialismo alguém deveria esperar que o dispêndio governamental desempenhasse o papel predominante de forma mais permanente."

Keynes escreveu novamente a Roosevelt em fevereiro de 1938, com os EUA de novo em recessão. Além de advogar a sua já conhecida prescrição de aumento de obras públicas, especialmente em serviços públicos de infraestrutura (nos quais via as políticas recentes da administração como inibidoras do investimento privado), Keynes também sugeria que a administração Roosevelt adotasse um conjunto diferente de atitudes (mais positivas) para com o investimento privado.

Roosevelt encaminhou a carta a seu secretário do Tesouro, que respondeu a Keynes de forma lacônica. Este replicou em março de 1938 com as seguintes palavras: "... Você precisa ou dar mais encorajamento ao setor empresarial ou assumir mais de suas funções você mesmo... suas políticas recentes parecem presumir que você tem mais poder do que efetivamente dispõe." Sábio conselho, que retém surpreendente atualidade no mundo de hoje.

Estas longas digressões me vêm à mente ao ver com frequência, no nosso debate atual, o nome de Keynes, suas ideias e sua Teoria Geral... utilizados para justificar aumentos de gastos permanentes e recorrentes do governo, como contratação de pessoal, aumento de salários públicos, custeio de toda ordem, como se fossem gastos contracíclicos de inspiração keynesiana, destinados não só a responder à crise atual, como a assegurar, de forma permanente, níveis adequados de demanda efetiva e apropriados estímulos ao investimento. Uma postura que torna mais difícil alcançar o objetivo de redução (crível) da taxa de juros reais de longo prazo, tão necessária - entre outras coisas - ao crescimento sustentado da economia brasileira."

Pedro S. Malan, economista, foi ministro da Fazenda no governo FHC E-mail: malan@estadao.com.b

domingo, 16 de novembro de 2008

O Que Keynes Diria Sobre a Crise de 2008?

Ninguém sabe. Mas a citação abaixo mostra que ele era bem menos ingênuo que muitos de seus seguidores:

A sound banker, alas! Is not one who foresees danger and avoids it, but one who, when he is ruined, is ruined in a conventional and orthodox way along with his fellows, so that no one can really blame him.
John Maynard Keynes, “The Consequences to the Banks
of the Collapse in Money Values,” 1931