terça-feira, 22 de junho de 2010

Nova Campanha na Internet


A criatividade e o sentimento de preservação ambiental dos brasileiros são simplesmente inigualáveis.

Richard Epstein Propõe Reforma no Futebol

Richard Epstein, da Universidade de Chicago, propõe duas reformas no futebol para tornar o jogo mais interessante, isto é, tornar empates menos prováveis e aumentar as chances de gol. São elas: i) Atribuir pesos distintos para gols. Por exemplo, gol de pênalti vale um ponto, de dentro da grande área dois pontos e de fora da grande área três pontos. Esta proposta é inspirada no jogo de basquete. ii) Afastamento temporário do jogo em caso de falta, com progressão por gravidade. Por exemplo, em caso de falta normal, afastamento do jogador por três minutos, em caso de cartão amarelo cinco minutos e cartão vermelho quinze. Cada equipe pode ter até três jogadores afastados simultaneamente. Esta proposta é inspirada no jogo de hockey. O problema é que estas propostas mudam bastante os incentivos no jogo, podendo levar a comportamento disfuncional. Teríamos mais pênaltis como forma de evitar gols com maior pontuação, assim como ter no máximo três jogadores afastados pode induzir os demais a abusar de faltas. No entanto, seria interessante ver algumas partidas experimentais conforme estas propostas.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Melhor da Copa


Não é a "mão de Deus" de Luis Fabiano nem a"mão invisível" de Kaká (aquela que acertou o rosto do pacífico marfinês), nem as brigas dos socialistas gauleses, nem a goleada de Portugal sobre os raquíticos comunistas da Coréia do Norte. É a campanha "Cala Boca, Galvão", que seduziu os, por assim dizer, ingênuos do mundo. Sua origem, importância e desdobramentos está nesta matéria do Estadão.

A Questão Nuclear: Será o Irã de Hoje o Brasil de Amanhã?

Uma visão pessimista (sim, o Brasil do futuro é o Irã de hoje) transparece neste artigo de José Goldemberg, que, discorrendo a respeito do fato de o Brasil e o Irã se oporem à adoção compulsória do Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em conferência recente dos membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), conclui:

"As declarações recentes do vice-presidente da República e do secretário de Assuntos Estratégicos, a decisão do ministro Nelson Jobim de introduzir na Estratégia Nacional de Defesa a proibição de aderir ao Protocolo Adicional e o silêncio do presidente da República sobre o tema encorajam as desconfianças de que o Brasil tem intenções de desenvolver armas nucleares como forma de exercer a soberania nacional. No fundo, essas declarações e a posição do Itamaraty no Conselho de Segurança estão nos conduzindo à situação de que o "Irã de hoje é o Brasil de amanhã". Só um nacionalismo estreito e retrógrado poderia levar-nos a pensar que o TNP viola a soberania nacional, pois o seu conteúdo é análogo ao artigo 21 da Constituição federal, que determina que "toda a atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos". Assegurar nossa soberania não vai decorrer da posse de armas nucleares, mas de um desenvolvimento nacional, científico e tecnológico autêntico."

Por outro lado, uma notícia que abre uma pontada de otimismo: A diplomacia brasileira desiste de se envolver ativamente na defesa dos interesses do Irã.

domingo, 20 de junho de 2010

Os Descaminhos da Política Externa Brasileira

Todo cidadão brasileiro provido de um conjunto de valores cívicos e morais necessários para a convivência em sociedade - tolerância, reciprocidade, respeito a liberdades individuais - e minimamente informado, deve estar preocupado com o fato de o Brasil, na arena externa, estar se alinhando com governos de estirpe autoritária e bajulando ditadores e outros delinquentes de governos. É com estas preocupações em mente é que a política externa brasileira sofre pesadas críticas, como estas externadas pelo Celso Lafer, ex-ministro das relações exteriores:

"O benevolente endosso à violência e à fraude do processo eleitoral no Irã contrapõe-se à "birra" (na terminologia do presidente) na intransigente defesa de Zelaya, dificultando o equacionamento da questão democrática em Honduras. É patente a incoerência com que se invoca o princípio da não-intervenção para favorecer a omissão quanto aos riscos para a democracia e os direitos humanos provenientes da atuação do presidente Chávez na Venezuela e o seu ostensivo desrespeito para benefício eleitoral do presidente Evo Morales na Bolívia."

Celso Lafer conclui,

"Em síntese, o que os críticos da política externa do governo Lula apontam é que a diplomacia brasileira está optando pelo inefável do prestígio em detrimento da realidade dos resultados. Por isso não vem traduzindo apropriadamente necessidades internas em possibilidades externas; não identifica corretamente as prioridades nacionais a serem defendidas no plano internacional; não escolhe com discernimento nem os campos de atuação nos quais o Brasil pode colher os melhores frutos para a efetiva defesa dos seus reais interesses nem os parceiros mais compatíveis com o progresso democrático interno; desconsidera valores e, deste modo, descapitaliza o legado do soft power do nosso país. "

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Previsões de Economistas Sobre a Copa

Aqui está uma coletânea de previsões de economistas (feitas antes do início da Copa), onde a mais surpreendente é a do JP Morgan que prevê Inglaterra e Espanha na final. Se isto realmente ocorrer, será uma desgraça maior para o esporte do foi o ataque às torres gêmeas para o mundo. Por outro lado, as melhores análises de financistas estão sendo divulgadas pelo Selva Brasilis.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Depois da Estréia do Brasil, Ainda Há Bons Motivos Para Assistir a Copa

No primeiro tempo, a Coréia do Norte mostrou como se joga futebol: para frente, e não com toquinhos para o lado. O único esquema tático (as firulas do Robinho e a correria do Kaká não eram um esquema tático) era passar para o Maicon para um cruzamento na área. Previsível demais para dar certo. Robert Aumann, Nobel em Economia, teria dito ao Dunga: Estratégia mista, porra! No segundo tempo, Maicon não cruza, mas chuta ao gol, mostrando ter assimilado as lições do Nobel. Brazil 1 x 0 North Korea. Como a Coréia nos ensinou, toquinho para o lado não ganha a partida: Elano recebe um lançamento em profundidade e marca o segundo. No final, a Coréia nos ensina mais uma lição: Futebol se joga para a frente, com velocidade, e Kim Mon Sun (ou Hoy Tai Cho, não sei quem era o goleador norte coreano, mas tenho certeza que tinha três nomes com três letras) marca um golaço e será, já de volta à República Democrática, o novo secretário geral do partido. Placar final: 2 x 1 para os canarinhos que, graças às lições do Nobel e da equipe adversária, conseguiram três (um número mágico, pelo que parece) pontos.

Decepcionante. Mas ainda restam bons motivos para assistir aos jogos: A Alemanha, a torcida e as outras.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Diferença Entre o Ensino de Graduação e de Pós

John Taylor captura a essência da diferença. Ensinar alunos de graduação a "pensar como economistas" também tem suas recompensas.

sábado, 12 de junho de 2010

"O Caminho da Servidão" de Hayek é #1 em Vendas na Amazon

Estava assistindo há pouco o programa de Glenn Beck na Fox News sobre "O Caminho da Servidão" de F. von Hayek, um dos livros mais importantes que li. Não é que é o livro mais vendido na Amazon? (H. T. Greg Mankiw) Não tenho a edição de 2007, mas a minha, a edição especial de 50 anos de aniversário, tem o prefácio escrito por Milton Friedman, o que a torna muito especial.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Risco de Catástrofe

De vazamentos de óleo em águas profundas a crises financeiras a colisão de asteróides: Por que não fazemos nada a respeito? Richard Posner explica:

"Two final problems illuminate our vulnerability to such risks. First, it is very hard for anyone to be rewarded for preventing a low-probability disaster. Had the Federal Reserve raised interest rates in the early 2000s rather than lowering them, it might have averted the financial collapse in 2008 and the ensuing global economic crisis. But we wouldn't have known that. All that people would have seen was a recession brought on by high interest rates. Officials bear the political costs of preventive measures but do not receive the rewards.

The second problem is that there are so many risks of disaster that they can't all be addressed without bankrupting the world many times over. In fact, they can't even be anticipated."

domingo, 6 de junho de 2010

A Economia Política da Taxa de Câmbio

José T. de Araújo Jr., do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, argumenta:

"Apesar do crescimento das exportações brasileiras nesta década, é pertinente questionar: por que o desempenho do setor industrial não foi tão bom quanto o do setor primário? A resposta não está na taxa de câmbio, porque, como vimos, os preços subiram mais do que a apreciação do real. Uma razão plausível é que a indústria brasileira ainda não superou inteiramente uma distorção que vigorou no País durante a época da substituição de importações: as taxas de crescimento econômico eram elevadas, mas as empresas privadas não inovavam. De fato, até o final dos anos 80, os investimentos em tecnologia eram realizados essencialmente por órgãos públicos.

A origem desse fenômeno é conhecida e bem documentada na literatura econômica: empresários só inovam quando essa é a única estratégia viável para manter a sobrevivência da empresa, e ela só será adotada após terem sido esgotadas outras alternativas menos onerosas, como o acesso privilegiado a recursos públicos e a eliminação da concorrência por meio de barreiras comerciais ou institucionais."

"Em suma, a escolha entre desvalorização cambial e incentivos à inovação implica dois conjuntos distintos de beneficiários. De um lado estão aquelas empresas que não conseguem acompanhar o ritmo de progresso técnico internacional. De outro, o resto da Nação."

sábado, 5 de junho de 2010

Novo Blog de Raghuram Rajan

Se chama Fault Lines, homônimo de seu novo livro sobre a crise financeira. Altas expectativas sobre o blog e sobre o livro, encomendado há duas semanas na Amazon. BTW, outro livro recente sobre a crise que devo receber em breve é Crisis Economics, de Nouriel Roubini.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Econometria Pouco Prejudicial

Vai para a lista de blogs ao lado: Mostly Harmless Econometrics, blog homônimo do interessantíssimo livro de Angrist e Pischke.

Tao Te Ching e Ordem Espontânea

No Tao Te Ching, obra escrita mais de dois mil anos antes de A Riqueza das Nações de Adam Smith, Lao Tzu instrui o governante a adotar o princípio da ordem espontânea, ou não interferência (wu wei), como a melhor maneira de alcançar felicidade e prosperidade:

Administre o império não se engajando em nenhuma atividade.
Quanto mais tabus e proibições existirem neste mundo,
Mais pobres as pessoas serão.
Quanto mais leis e ordens forem proeminentes,
Mais ladrões e assaltantes existirão.
Portanto, o governante diz:
Eu não faço nada e as pessoas irão se transformar.
Eu não me engajo em nenhuma atividade e as pessoas irão prosperar.

Lao Tzu entendeu que corrupção e pobreza emanam de restrições à liberdade individual decorrentes da atividade de governo. Portanto, o "Livro do Caminho e da Virtude" recomenda limitar as ações de governo para ajudar a criar um ambiente onde as pessoas possam buscar suas próprias realizações pessoais e felicidade. Trata-se de uma boa lição de sabedoria oriental para os nossos candidatos a qualquer cargo político, que acreditam poder remover os males da nossa sociedade simplesmente criando mais e mais restrições à atividade econômica.

Incerteza Knightiana, Parada Financeira Súbita e o Desfibrilador Financeiro

Interessante artigo de Ricardo Caballero. Ele faz uma analogia da recente crise financeira com uma parada cardíaca súbita: é importante levar um estilo de vida saudável (boa regulação financeira) e ter acesso rápido a um desfibrilador cardíaco (na forma de um seguro público crível para transações finaneiras), em caso de necessidade. Caballero acredita que o risco moral induzido pelo desfibrilador financeiro é menos importante do que o risco de colapso do sistema, em função da presença de intensa incerteza Knightiana.