Todo cidadão brasileiro provido de um conjunto de valores cívicos e morais necessários para a convivência em sociedade - tolerância, reciprocidade, respeito a liberdades individuais - e minimamente informado, deve estar preocupado com o fato de o Brasil, na arena externa, estar se alinhando com governos de estirpe autoritária e bajulando ditadores e outros delinquentes de governos. É com estas preocupações em mente é que a política externa brasileira sofre pesadas críticas, como estas externadas pelo Celso Lafer, ex-ministro das relações exteriores:
"O benevolente endosso à violência e à fraude do processo eleitoral no Irã contrapõe-se à "birra" (na terminologia do presidente) na intransigente defesa de Zelaya, dificultando o equacionamento da questão democrática em Honduras. É patente a incoerência com que se invoca o princípio da não-intervenção para favorecer a omissão quanto aos riscos para a democracia e os direitos humanos provenientes da atuação do presidente Chávez na Venezuela e o seu ostensivo desrespeito para benefício eleitoral do presidente Evo Morales na Bolívia."
Celso Lafer conclui,
"Em síntese, o que os críticos da política externa do governo Lula apontam é que a diplomacia brasileira está optando pelo inefável do prestígio em detrimento da realidade dos resultados. Por isso não vem traduzindo apropriadamente necessidades internas em possibilidades externas; não identifica corretamente as prioridades nacionais a serem defendidas no plano internacional; não escolhe com discernimento nem os campos de atuação nos quais o Brasil pode colher os melhores frutos para a efetiva defesa dos seus reais interesses nem os parceiros mais compatíveis com o progresso democrático interno; desconsidera valores e, deste modo, descapitaliza o legado do soft power do nosso país. "
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