Uma visão pessimista (sim, o Brasil do futuro é o Irã de hoje) transparece neste artigo de José Goldemberg, que, discorrendo a respeito do fato de o Brasil e o Irã se oporem à adoção compulsória do Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em conferência recente dos membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), conclui:
"As declarações recentes do vice-presidente da República e do secretário de Assuntos Estratégicos, a decisão do ministro Nelson Jobim de introduzir na Estratégia Nacional de Defesa a proibição de aderir ao Protocolo Adicional e o silêncio do presidente da República sobre o tema encorajam as desconfianças de que o Brasil tem intenções de desenvolver armas nucleares como forma de exercer a soberania nacional. No fundo, essas declarações e a posição do Itamaraty no Conselho de Segurança estão nos conduzindo à situação de que o "Irã de hoje é o Brasil de amanhã". Só um nacionalismo estreito e retrógrado poderia levar-nos a pensar que o TNP viola a soberania nacional, pois o seu conteúdo é análogo ao artigo 21 da Constituição federal, que determina que "toda a atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos". Assegurar nossa soberania não vai decorrer da posse de armas nucleares, mas de um desenvolvimento nacional, científico e tecnológico autêntico."
Por outro lado, uma notícia que abre uma pontada de otimismo: A diplomacia brasileira desiste de se envolver ativamente na defesa dos interesses do Irã.
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