quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Crises e o Tamanho do Governo

Economistas austríacos (tipo de heterodoxia que heterodoxos brasileiros nutrem ojeriza) e historiadores econômicos convencionais têm alertado que crises são um argumento para o crescimento do tamanho do governo e que, uma vez superadas, o tamanho do governo não volta atrás (o famoso efeito catraca, apontado pelo pessoal de public choice). Será que a corrente crise financeira engendrará efeito deste tipo? Esta é a preocupação do Greg Mankiw.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Economistas Abandonaram Seus Princípios

É o que dizem Oliver Hart e Luigi Zingales, no WSJ. Para lidar com a crise financeira-econômica, os princípios que devem voltar à cena são: intervir apenas no caso de falha de mercado facilmente identificada e fazê-lo com o menor custo possível ao contribuinte:

"Practically every day the government launches a massively expensive new initiative to solve the problems that the last day's initiative did not. It is hard to discern any principles behind these actions. The lack of a coherent strategy has increased uncertainty and undermined the public's perception of the government's competence and trustworthiness.

The Obama administration, with its highly able team of economists, has a golden opportunity to put the country on a better path. We believe that the way forward is for the government to adopt two key principles. The first is that it should intervene only when there is a clearly identified market failure. The second is that government intervention should be carried out at minimum cost to taxpayers."

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Pork Barrel no Brasil e o Sen. Aloízio Mercadante



Políticas do tipo Pork Barrel são programas de governo cujos benefícios são concentrados, seja geograficamente ou por grupo de interesse, com custos de financiamento espalhados por toda população, ou sobre os contribuintes de forma geral. No sistema político americano, produzir pork ou ser acusado de fazê-lo é vexatório. E aqui no Brasil? Transferir recursos públicos pare seu grupo de apoio (eleitores ou grupos que fazem contribuições de campanha) é condenável ou simplesmente faz parte da nossa prática política? Um pequeno indício, no Moral Hazard (via degustibus), mostra que nossa prática política está longe de ser eticamente aceitável.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Febeapá: Com a Palavra, o Presidente da Capes

Do artigo "Primitivismo Contumaz", de Marcelo de Paiva Abreu:

Em entrevista ao jornal O Globo em 24/11, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, perpetrou o seguinte comentário: "Neste quadro que estamos vivendo hoje, a pergunta em relação à formação de estudantes na área de economia é se nós vamos continuar a mandar alunos para formar doutores num modelo que faliu o mundo? Nós temos de perguntar a nossa área de economia o que eles vão nos dizer agora. Nós vamos mandar fazer onde? Vai ser no mesmo modelo? Esse modelo se mostrou totalmente anticientífico, para dizer o mínimo."

O mais preocupante é que o autor é reincidente quando se trata de comentários ineptos ou inconvenientes a respeito da pós-graduação na área de economia. Em visita à PUC-RJ, em maio de 2005, permitiu-se, diante de dezenas de professores, censura sem pé nem cabeça à área de economia como um todo. Segundo afirmou na ocasião, nenhuma outra área teria feito tão mal ao País, porque dela se originaram os responsáveis por cortes orçamentários que afetaram a área de ciência e tecnologia, incluindo a pós-graduação.

O que é mais preocupante não é a quantidade de besteiras que certas autoridades de governo são capazes de proferir. É o fato de que sua ascensão profissional parece depender disso.