domingo, 31 de julho de 2011

Vantagens Comparativas e o Novo Desenvolvimentismo: Nenhuma Ligação ou Simplesmente Violação?

A teoria de vantagens comparativas talvez seja a mais difícil de entender, dentre todas da teoria econômica convrencional. Embora sua aplicação seja essencial para criação de valor e expansão de bem-estar, tanto no nível individual como em escala nacional e internacional, é curioso notar que mesmo economistas acadêmicos tenham dificuldades de compreensão, chegando a sugerir políticas de desenvolvimento que simplesmente ignoram a ideia de vantagens comparativas e, o que é pior, violam vantagens comparativas em sua implementação. Tome como exemplo este texto que busca definir o desenvolvimentismo brasileiro. Não há nenhuma menção a vantagens comparativas, mas isto pode ser apenas decorrente de ser um texto bastante simples, contendo uma mistura de declarações de boas intenções com interpretações esquisitas de artigos que, no seu devido contexto, são coerentes (veja, por exemplo, o texto que leva à nota de rodapé 5, leia o artigo citado e tente entender qual é a relação entre uma coisa e outra). Pegue também este outro texto, de autor novo-desenvolvimentista consagrado. Cheio de declarações de boas intenções, falácias do espantalho,  algumas aberrações como sugestão de política (como por exemplo taxar exportações para evitar o câmbio apreciado) e nenhuma referência explícita a vantagens comparativas. Talvez este texto específico não seja uma boa referência, no sentido de melhor descrever o que é o novo desenvolvimentismo, mas busquei alguns outros textos do mesmo autor e o nível do discurso é invariavelmente o mesmo. Espero então contar com a ajuda de algum leitor com indicação de texto melhor sobre o tema. Fica então a pergunta: Pode uma boa teoria de desenvolvimento ignorar ou mesmo violar o princípio de vantagens comparativas?

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