Um debate incendeia o mundo dos blogs de economia: "O" Anônimo, da Mão Visível, critica Oreiro, que critica Ferreira e Fragelli aqui e aqui, que criticam artigo de Bresser Pereira. O ponto original é que no artigo de Bresser Pereira, segundo seus críticos, é feito o argumento de que a taxa de câmbio é a política econômica mais estratégica para promoção de desenvolvimento econômico e países que mantêm seu câmbio desvalorizado conseguem atingir maiores taxas de crescimento econômico. A partir daí, os críticos dos críticos dos críticos têm levantado várias afirmações pontuais, às vezes difíceis de se compreender sem menção ao modelo econômico subjacente e com observações casuais (ex. câmbio desvalorizado na China e elevados crescimento econômico e poupança doméstica) como provas empíricas definitivas, pelo menos no âmbito retórico dos blogs.
Mas indo direto ao ponto, qual é a relação (teórica e empírica) entre taxa de câmbio real, poupança doméstica e crescimento econômico? Montiel e Servén explicam:
"In short, there is as yet little analytical or empirical support for the view that
an exchange rate policy geared to the maintenance of a depreciated real exchange
rate promotes increased domestic saving, and through more saving, larger rates
of domestic capital accumulation and growth. If exchange rate policy indeed has
a significant impact on economic growth in developing countries, it is likely to
do so through what this paper has labeled the TFP channel, rather than through
the capital accumulation channel."
Se evidências empíricas e teoria econômica servirem como guia neste debate, eu diria que a turma da economia convencional (Ferreira, Fragelli, "O") tem o argumento correto, em detrimento dos alternativos (Bresser Pereira, Oreiro), que, no caso, precisam melhorar seus referenciais teóricos para poder compatibilizá-los com as evidências empíricas.
domingo, 31 de janeiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
Uma Proposta de Reforma do Sistema Financeiro
Novo artigo de Alberto Giovanni, que parte de alguns princípios fundamentais, como a importância de informação assimétrica e falta de liquidez na geração de crises financeiras:
"In this paper I highlight some fundamental characteristics of the recent financial crisis and identify ways to make the financial system stronger. The financial system has evolved technologically, with an ever wider use of securities and derivative contracts, and geographically, with the worldwide spread of the capitalist model of financial intermediation. I start with a description of the effects of these developments and show that, fundamentally, the key weak points in the business of financial intermediation have remained the same.
The recent crisis has brought to the forefront a number of pitfalls in financial markets including, prominently, weak systems to protect retail investors as well as retail borrowers. This paper does not address these issues, which are important and, in some countries, may have been a factor in the build-up of excessive risk positions. By contrast, the paper focuses exclusively on the problem of markets instabilities, and on reforms to make the system less vulnerable to crises."
"In this paper I highlight some fundamental characteristics of the recent financial crisis and identify ways to make the financial system stronger. The financial system has evolved technologically, with an ever wider use of securities and derivative contracts, and geographically, with the worldwide spread of the capitalist model of financial intermediation. I start with a description of the effects of these developments and show that, fundamentally, the key weak points in the business of financial intermediation have remained the same.
The recent crisis has brought to the forefront a number of pitfalls in financial markets including, prominently, weak systems to protect retail investors as well as retail borrowers. This paper does not address these issues, which are important and, in some countries, may have been a factor in the build-up of excessive risk positions. By contrast, the paper focuses exclusively on the problem of markets instabilities, and on reforms to make the system less vulnerable to crises."
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
O Processo de Argentinização dos EUA
O modelo econômico argentino anda se espraiando no hemisfério norte: O problema central dos EUA agora é conter os crescentes endividamento público e tamanho do governo, bem como a crescente politização do Fed. Ed Lazear explica sua interpretação sobre a política fiscal americana, enquanto que Richard Fisher comenta sobre a pressão para submeter o Fed aos interesses do Congresso. Se história econômica puder nos ensinar alguma coisa, eu diria que esta trajetória, a ser mantida, não vai terminar bem.
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Rá! E um Outro Mundo é Possível!
No Fórum Social Mundial deste ano, as demandas por um mundo melhor já criaram uma realidade paralela, como aponta este artigo:
"Às margens de um aglomerado de barracas, ocorre um ritual xamânico, e um rapaz dança em descompasso, virando os olhos e pisoteando brasas, para depois dizer que foi tomado pelo seu “animal de poder”. Ele diz que é um macaco, um macaquinho que lhe dá coragem e força para viver. Depois do transe, é aplaudido por jovens da Aldeia da Paz, um grupo que busca a evolução espiritual pelo contato com a natureza. Um dos místicos, Diogo Rezende, 23 anos, explica que ali ninguém come carne, ninguém bebe álcool, ninguém fuma tabaco de multinacionais – mas boa parte toma os “chás sagrados” e pita palheiros e outras ervas naturais."
Não lembra a utopia do movimento hippie, dos anos 60? Os hippies, com suas Kombis coloridas e sua postura pacifista, nos deixaram um legado cultural, mas seu modelo de sociedade não vingou. Entretanto, existe uma diferença significativa entre os dois grupos: No FSM, o objetivo não é construir uma realidade paralela para seus adeptos, mas o de impor um determinado tipo de sociedade para os outros.
"Às margens de um aglomerado de barracas, ocorre um ritual xamânico, e um rapaz dança em descompasso, virando os olhos e pisoteando brasas, para depois dizer que foi tomado pelo seu “animal de poder”. Ele diz que é um macaco, um macaquinho que lhe dá coragem e força para viver. Depois do transe, é aplaudido por jovens da Aldeia da Paz, um grupo que busca a evolução espiritual pelo contato com a natureza. Um dos místicos, Diogo Rezende, 23 anos, explica que ali ninguém come carne, ninguém bebe álcool, ninguém fuma tabaco de multinacionais – mas boa parte toma os “chás sagrados” e pita palheiros e outras ervas naturais."
Não lembra a utopia do movimento hippie, dos anos 60? Os hippies, com suas Kombis coloridas e sua postura pacifista, nos deixaram um legado cultural, mas seu modelo de sociedade não vingou. Entretanto, existe uma diferença significativa entre os dois grupos: No FSM, o objetivo não é construir uma realidade paralela para seus adeptos, mas o de impor um determinado tipo de sociedade para os outros.
Discutindo Ensino Estatal com Sensatez
Bom artigo de Mariza Abreu sobre o sistema de ensino estatal. Quando acabam as esperanças de que é possível melhorar a qualidade da educação pública, este artigo é uma boa fonte de inspiração, pois aponta que uma forma de ação é o envolvimento da sociedade, com maiores demandas por qualidade na educação. Não que este seja um argumento novo, mas o que alenta é que vem de dentro da máquina estatal.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Tema Para Discussão no Fórum Social Mundial
Redução de pobreza e melhoras na distribuição de renda no mundo, conforme os gráficos ao lado:
"World poverty is falling. This column presents new estimates of the world’s income distribution and suggests that world poverty is disappearing faster than previously thought. From 1970 to 2006, poverty fell by 86% in South Asia, 73% in Latin America, 39% in the Middle East, and 20% in Africa. Barring a catastrophe, there will never be more than a billion people in poverty in the future history of the world."
Estes são os efeitos da "globalização neoliberal excludente", conforme o estudo de Pinkovskiy e Sala-i-Martin. Quais são as alternativas ao capitalismo e como elas melhoram esta dinâmica? Como fazer com que as alternativas propostas não sejam a catástrofe que irá aumentar a pobreza?
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Jaboticaba Redux: Projeto de Lei Visa Redistribuição de Lucros
Conforme noticiado na imprensa, governo apresenta um projeto para obrigar a redistribuição de lucros (5% do lucro líquido) de empresas do setor privado. Por algum motivo, estatais estão fora do alcance da medida. O jornalista Breno Baldrati, da Gazeta do Povo, me pediu para comentar a medida. Minha avaliação, ligeiramente modificada aqui, é a seguinte:
Trata-se de uma péssima idéia. O problema é que esta medida é, na prática, mais um imposto sobre o capital, cujo impacto direto é desestimular a acumulação de capital no longo prazo, reduzindo assim os prospectos de crescimento econômico. A importância da acumulação de capital para o crescimento de longo prazo se torna evidente pelo fato de que, para que um trabalhador se torne mais produtivo, com ganhos de salário real, é necessário que seu trabalho esteja associado a mais capital e tecnologia. Sociedades mais ricas, com salário real mais elevado na média, detêm mais capital per capita e fazem uso de tecnologias mais avançadas. Por causa disto é que a medida é contraproducente, visto que dificulta aumentos salariais ao longo do tempo. Entretanto, é possível que sequer um impacto redistributivo (dos proprietários do capital para os trabalhadores) significativo ocorra, pois os agentes econômicos têm o persistente hábito de adaptar seu comportamento às mudanças do ambiente econômico. Como o novo imposto é sobre os lucros - e a coisa mais fácil a fazer em uma empresa é reduzir lucros, os acionistas podem se proteger aumentando consumo interno nas empresas, o que reduz lucros sem ter grande impacto sobre sua riqueza. Isto gera uma ineficiência adicional, pois os acionistas minoritários não têm acesso a consumo interno, visto que não tomam decisões no âmbito interno das empresas. Isto desincentiva a aquisição de ações da parte destes, ao reduzir seus dividendos. Novamente ocorre um impacto negativo sobre acumulação de capital. Adicionalmente, a medida penaliza apenas o setor privado - que é a mola do crescimento e desenvolvimento econômico, isentando as estatais desta obrigação. Enfim, uma medida contraproducente, com baixo alcance redistributivo no curto prazo e grande potencial de produzir danos ao crescimento econômico e a melhorias salariais ao longo do tempo.
P.S. O artigo da Gazeta do Povo saiu aqui.
Trata-se de uma péssima idéia. O problema é que esta medida é, na prática, mais um imposto sobre o capital, cujo impacto direto é desestimular a acumulação de capital no longo prazo, reduzindo assim os prospectos de crescimento econômico. A importância da acumulação de capital para o crescimento de longo prazo se torna evidente pelo fato de que, para que um trabalhador se torne mais produtivo, com ganhos de salário real, é necessário que seu trabalho esteja associado a mais capital e tecnologia. Sociedades mais ricas, com salário real mais elevado na média, detêm mais capital per capita e fazem uso de tecnologias mais avançadas. Por causa disto é que a medida é contraproducente, visto que dificulta aumentos salariais ao longo do tempo. Entretanto, é possível que sequer um impacto redistributivo (dos proprietários do capital para os trabalhadores) significativo ocorra, pois os agentes econômicos têm o persistente hábito de adaptar seu comportamento às mudanças do ambiente econômico. Como o novo imposto é sobre os lucros - e a coisa mais fácil a fazer em uma empresa é reduzir lucros, os acionistas podem se proteger aumentando consumo interno nas empresas, o que reduz lucros sem ter grande impacto sobre sua riqueza. Isto gera uma ineficiência adicional, pois os acionistas minoritários não têm acesso a consumo interno, visto que não tomam decisões no âmbito interno das empresas. Isto desincentiva a aquisição de ações da parte destes, ao reduzir seus dividendos. Novamente ocorre um impacto negativo sobre acumulação de capital. Adicionalmente, a medida penaliza apenas o setor privado - que é a mola do crescimento e desenvolvimento econômico, isentando as estatais desta obrigação. Enfim, uma medida contraproducente, com baixo alcance redistributivo no curto prazo e grande potencial de produzir danos ao crescimento econômico e a melhorias salariais ao longo do tempo.
P.S. O artigo da Gazeta do Povo saiu aqui.
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Coisas Realmente Boas Que Estou Lendo III
Excelente introdução à teoria dos jogos, tanto a clássica com a evolucionária. A segunda parte do livro, que trata de evolução, é a que mais me despertou a atenção. Tem até um exemplo de dinâmica evolucionária para o jogo "pedra, papel e tesoura", onde o equilíbrio de Nash de estratégias mistas pode não ser evolucionariamente estável.
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Coisas Realmente Boas Que Estou Lendo II
"We have been here before". Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff fazem a história quantitativa das crises financeiras, onde o tema recorrente é a excessiva acumulação de dívida, seja privada ou de governos.
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Coisas Realmente Boas Que Estou Lendo I
Lin argumenta, usando boa teoria econômica e com sólidas bases empíricas, que mais importante para o desenvolvimento econômico do que recursos naturais ou investimento em capital é a escolha das instituições econômicas, que depende da estratégia de desenvolvimento do governo e do modelo mental da sociedade. Leia esta ótima resenha feita pelo James Dorn, do Cato Institute.
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Yifu Lin
Notícias Sobre Xadrez
- Selva Brasilis aparentemente não gosta de xadrez, mas a referência ao artigo do Kasparov sobre computadores, no NYT, é boa.
- O impacto de computação sobre a performance de jogadores profissionais vem à tona com este artigo da Veja, sobre Magnus Carlsen. Longe de ser uma ameaça aos humanos, o computador os tem ajudado a se aprimorarem no jogo.
- O talentoso enxadrista brasileiro, Rodrigo Disconzi, ensina como usar softwares de xadrez em seu benefício.
- Kenneth Rogoff, sendo Grande Mestre e considerado um garoto prodígio no xadrez, analisa a economia global sob a perspectiva da inovação de inteligência artificial no xadrez e conclui que:
"In short, I do not share the view of many that, after the Internet and the personal computer, it will be a long wait until the next paradigm-shifting innovation. Artificial intelligence will provide the boost that keeps the teens rolling. So, despite a rough start from the financial crisis (which will still slow global growth this year and next), there is no reason why the new decade has to be an economic flop.
- O impacto de computação sobre a performance de jogadores profissionais vem à tona com este artigo da Veja, sobre Magnus Carlsen. Longe de ser uma ameaça aos humanos, o computador os tem ajudado a se aprimorarem no jogo.
- O talentoso enxadrista brasileiro, Rodrigo Disconzi, ensina como usar softwares de xadrez em seu benefício.
- Kenneth Rogoff, sendo Grande Mestre e considerado um garoto prodígio no xadrez, analisa a economia global sob a perspectiva da inovação de inteligência artificial no xadrez e conclui que:
"In short, I do not share the view of many that, after the Internet and the personal computer, it will be a long wait until the next paradigm-shifting innovation. Artificial intelligence will provide the boost that keeps the teens rolling. So, despite a rough start from the financial crisis (which will still slow global growth this year and next), there is no reason why the new decade has to be an economic flop.
Barring another round of deep financial crises, it won’t be – as long as politicians do not stand in the way of the new paradigm of trade, technology, and artificial intelligence."
- Vassily Ivanchuk estará no Brasil para participar do Torneio da Festa da Uva, em março, em Caxias do Sul, RS. Ivanchuk é um dos mais fortes jogadores de xadrez do mundo, desde o início dos anos 1990. Para se ter uma idéia do que é capaz de fazer, veja as duas partidas que ganhou do Kasparov, esta e esta aqui.
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Ensinando Economia para um Nobel em Economia
Não precisa ser economista para explicar como mercados funcionam para o Stiglitz. Outra forma de explicar, mais sucinta, é dizer que mercados funcionam melhor quando direitos de propriedade forem bem definidos e seguros, quando mercados forem razoavelmente competitivos e quando existir um fluxo apropriado de informação. Ei, mas não foi o próprio Stiglitz quem inovou com a análise de informação assimétrica? O que aconteceu com o Nobel aqui? Deslize retórico ou perda de memória?
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O Rap de Lord Keynes e Herr von Hayek
Dica: Greg Mankiw. Hilariante forma de aprender a economia dos ciclos econômicos, nas perspectivas keynesiana e austríaca.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Febebó: Festival de Besteiras Bolivarianas
Glorioso líder da Revolução Bolivariana, o Comandante Hugo Chavez descobriu tudo: Foram os Estados Unidos que causaram o terremoto no Haiti. E tem mais, planejam devastar o Irã com a mesma técnica e manipulam mudanças climáticas para destruir outros países:
"En cuanto al resultado final de las pruebas de estas armas por parte de los Estados Unidos, advierte el reporte, está el plan de los Estados Unidos de la destrucción de Irán a través de una serie de terremotos diseñados para derrocar a su actual régimen Islámico.
Según el informe mencionado, el sistema experimentado por los Estados Unidos (proyecto HAARP) permitiría además crear anomalías climatológicas para provocar inundaciones, sequías y huracanes."
"En cuanto al resultado final de las pruebas de estas armas por parte de los Estados Unidos, advierte el reporte, está el plan de los Estados Unidos de la destrucción de Irán a través de una serie de terremotos diseñados para derrocar a su actual régimen Islámico.
Según el informe mencionado, el sistema experimentado por los Estados Unidos (proyecto HAARP) permitiría además crear anomalías climatológicas para provocar inundaciones, sequías y huracanes."
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Chicago Interviews
Excelentes entrevistas com os economistas de Chicago, no The New Yorker, sobre a crise financeira.
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O Novo Imposto Sobre Bancos
A administração Obama propôs um novo imposto sobre bancos americanos, como forma de recuperar parte dos recursos públicos comprometidos com o bail-out das instituições financeiras. Trata-se de boa política? Jeffrey Miron, do Cato Institute, argumenta que não. Greg Mankiw, usando argumentos de second-best, argumenta que é possível que sim. Douglas Diamond e Anil Kashyap propõem um plano melhor de repagamento:
"It is generally a bad idea to enact after-the-fact penalties. But giving away free insurance, as the government did during the bailout, is also bad. Our tax would merely ask financial institutions to finally pay for the insurance policy that kept them afloat."
"It is generally a bad idea to enact after-the-fact penalties. But giving away free insurance, as the government did during the bailout, is also bad. Our tax would merely ask financial institutions to finally pay for the insurance policy that kept them afloat."
O Estado de Direito e a Independência de Bancos Centrais
Mais um bom artigo do Alex, que mostra mais uma vez a importância de amarrar as mãos da classe política, para melhor condução da política monetária:
"Da mesma forma que a lei limita o poder do soberano, BCs independentes foram criados exatamente para evitar que um bem público, a estabilidade de preços, pudesse ser ameaçada pelas conveniências políticas do príncipe. Democracias descobriram que certas amarras autoimpostas são cruciais para prevenir que o canto das sereias produza resultados que lhes causem danos às vezes irreparáveis, mas parece haver quem ainda não tenha amadurecido o suficiente para compreender isso."
"Da mesma forma que a lei limita o poder do soberano, BCs independentes foram criados exatamente para evitar que um bem público, a estabilidade de preços, pudesse ser ameaçada pelas conveniências políticas do príncipe. Democracias descobriram que certas amarras autoimpostas são cruciais para prevenir que o canto das sereias produza resultados que lhes causem danos às vezes irreparáveis, mas parece haver quem ainda não tenha amadurecido o suficiente para compreender isso."
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Lipoaspiração Constitucional
É o que propõe Luciano Timm, presidente da Associação Brasileira de Direito e Economia e diretor do IDERS.
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Questão de Economia Política Moderna
Motivação: "(...) fairness cannot be sought only in final allocations, but in the rules governing the processes by which such allocations are arrived at. (Bourguignon, et al. ao comentar Nozick)" Fonte: Anaximandro
Problema: Paul McCartney dá um show no Morumbi para 80.000 fãs, que pagam, em média, R$200,00. A alocação final é que Sir Paul ficou mais rico em R$1,6 milhões e 80 mil pessoas ficaram mais pobres em R$200,00.
a) Sendo que a alocação final é mais desigual do que a inicial, avalie a situação sob o ponto de vista de justiça distributiva. A alocação final é melhor ou pior do que a anterior? Explique.
b) O Glorioso Líder e Grande Timoneiro do país, Mr. da Silva, é aconselhado pelos seus economistas a mudar a alocação final, considerada socialmente injusta. Ele então determina que a renda de Sir Paul seja confiscada e devolvida aos seus fãs. Avalie esta situação sob o ponto de vista de justiça distributiva. Quais são os possíveis efeitos dinâmicos, decorrentes dos incentivos gerados por esta política? Explique.
c) Suponha agora que um dos economistas de Mr. da Silva seja beatlemaníaco e convença o Grande Timoneiro de que é do interesse do país que o show seja realizado com subsídio do governo. Agora, o mesmo show continua custando R$1,6 milhões, mas este custo é diluído entre os contribuintes (pagadores de impostos). Oitenta mil pessoas assistirão ao show, mas a escolha dos felizardos é feita por algum critério político (sorteio, idade, filiação política, etc). Avalie esta situação sob o ponto de vista de justiça distributiva e explique seus argumentos.
Problema: Paul McCartney dá um show no Morumbi para 80.000 fãs, que pagam, em média, R$200,00. A alocação final é que Sir Paul ficou mais rico em R$1,6 milhões e 80 mil pessoas ficaram mais pobres em R$200,00.
a) Sendo que a alocação final é mais desigual do que a inicial, avalie a situação sob o ponto de vista de justiça distributiva. A alocação final é melhor ou pior do que a anterior? Explique.
b) O Glorioso Líder e Grande Timoneiro do país, Mr. da Silva, é aconselhado pelos seus economistas a mudar a alocação final, considerada socialmente injusta. Ele então determina que a renda de Sir Paul seja confiscada e devolvida aos seus fãs. Avalie esta situação sob o ponto de vista de justiça distributiva. Quais são os possíveis efeitos dinâmicos, decorrentes dos incentivos gerados por esta política? Explique.
c) Suponha agora que um dos economistas de Mr. da Silva seja beatlemaníaco e convença o Grande Timoneiro de que é do interesse do país que o show seja realizado com subsídio do governo. Agora, o mesmo show continua custando R$1,6 milhões, mas este custo é diluído entre os contribuintes (pagadores de impostos). Oitenta mil pessoas assistirão ao show, mas a escolha dos felizardos é feita por algum critério político (sorteio, idade, filiação política, etc). Avalie esta situação sob o ponto de vista de justiça distributiva e explique seus argumentos.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Delírio Bolivariano no Brasil
É o "Programa Nacional de Direitos Humanos" (sic), um prenúncio da tentativa de implantação de um regime autoritário, com redução do papel do Congresso, desqualificação do Poder Judiciário, anulação do direito de propriedade, controle governamental dos meios de comunicação e sujeição da pesquisa científica e tecnológica a critérios e limites ideológicos. Gostaria de saber de pelo menos um caso concreto onde a aplicação de tais políticas redundaram na proteção a direitos individuais e na construção de uma sociedade pacífica. O viés ideológico de tal decreto é óbvio, visto ser (mais uma) tentativa de implementar no país um sistema político e econômico que não funcionou em parte alguma do planeta. Trata-se de um delírio pela crença de que ao se fazer as mesmas coisas repetidamente, um dia os resultados serão substancialmente diferentes.
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Fiscais do Sarney Atacam Novamente: A Missão Bolivariana
Quem tem menos de 30 anos, provavelmente não lembra dos fiscais do Sarney, atores de um dos espetáculos mais deprimentes do país: O governo, sob o então presidente José Sarney, abdicou do controle monetário e fundamentos fiscais para debelar a inflação. Em substituição, hordas de "fiscais do Sarney" passaram a denunciar remarcações de preços e a cantar o hino nacional na frente de supermercados. Nada como substituir políticas macroeconômicas consistentes por mobilização popular! O resultado deste experimento pouco ortodoxo foi o maior processo inflacionário que o país já teve.
A má notícia é que os fiscais do Sarney atacam novamente, e desta vez estão fortemente armados. A boa notícia é que o ataque não ocorre aqui no Brasil, porém na Venezuela. O desfecho deste novo episódio não será muito diferente.
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