Ok, estou sendo sensacionalista para atrair audiência. Mas o vídeo acima confirma o título do post. Vamos então às minhas interpretações. Em macroeconomia, Krugman é um velho-keynesiano, da legítima linhagem do Hicks. Em comércio internacional, um merecedor do prêmio Nobel, mas como velho keynesiano, ele abusa da retórica de que quaisquer gastos do governo estimulam a economia, mesmo aqueles que não têm taxa de retorno positiva. O próprio Keynes pode ser acusado deste pecado, com seu exemplo famoso de que contratar trabalhadores para buscar notas de dólar dentro de garrafas em minas aumenta a demanda agregada
O ponto fundamental é o seguinte: em uma economia com recursos econômicos sem ocupação (como no caso de uma recessão) faz algum sentido mobilizar recursos com maiores gastos, inclusive do governo. Só que na época de Keynes (e aí eu acho que Keynes não seria "keynesiano" para tratar dos problemas atuais) governos não estavam altamente endividados nem inflação era um problema. A presença de pelo menos um destes dois fatores muda radicalmente a terapia de Keynes. Um governo altamente endividado aumenta a desconfiança da sociedade a respeito de sua capacidade ou determinação de honrar com seus compromissos no futuro, o que mina os efeitos dos "estímulos fiscais" (aumento dos gastos para estimular a economia) no presente.
Como "velho keynesiano", Paul Krugman desconsidera (pelo menos retoricamente) a importância de credibilidade e confiança nas políticas de governo. O problema econômico americano hoje é um problema de confiança: sua classe política está cada vez mais parecida com a brasileira (o termo que eles usam volta e meia é "brazilianization"), cada vez mais comprometida com os grupos de interesse que a apoia e cada vez menos comprometida com o bem estar da sociedade como um todo
Um comentário:
Exato. Em 2008 o problema era a liquidez, hoje o problema é a confiança. E não é fácil retomar a confiança do mercado, exige atuação política firme e eficaz, coisa rara de se ver hoje em dia.
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