quarta-feira, 23 de abril de 2008

Libertários e Crises Financeiras

Ótimo post e artigo de Dani Rodrik, sobre crises financeiras, Adam Smith, ceticismo e libertarianismo, embora eu acredite que, por motivos retóricos, ele trabalhe com uma versão extrema, ou simplificada, do libertarianismo.

Nesse post, Rodrik cita uma passagem da Riqueza das Nações, de Adam Smith, onde ele sugere regulação bancária para evitar crises, sendo portanto "cético" e não libertário. Tenho que reler "O Caminho da Servidão", de Hayek, pois, pelo que me lembro, ele fala de interações de mercado sujeitas a regras, ou de liberdade condicionada. Seriam os dois, Smith e Hayek, intervencionistas?

Creio que esta interpretação está equivocada, pois libertários (ou liberais clássicos) chamam a atenção ao fato de que "a liberdade (negativa) de uns não pode interferir na liberdade dos outros". Desta forma, a questão se traduz na necessidade de existência do governo para desenhar as regras de interação de mercados.

Como libertário, prefiro a menor intromissão do governo possível. Mas considerando que vivemos em um mundo de monopólio estatal em emissão de moeda fiduciária, que Bancos Centrais existem e que nesse paradigma instabilidade financeira pode exigir intervenção dos BC's, que seja da melhor forma possível. Milton Friedman levantou esse argumento contra Murray Rothbard. Disse algo como: "Filosoficamente estamos de acordo. Só que eu não me recuso a discutir opções de política para Bancos Centrais, mesmo considerando a indesejabilidade de sua existência".

Um comentário:

Marcos Paulo disse...

Excelente!!!
Se ja pagamos o preço dos nossos erros que eles também o façam.
Marcos