Brad De Long tem uma interpretação bizarra pouco informada sobre libertarianismo (ou liberalismo clássico), ao criticar Milton e Rose Friedman. A fonte do seu problema está em não entender a distinção entre liberdades negativas e positivas. Somente as negativas (fundamentalmente, direito à vida, propriedade e busca da felicidade) constituem os famosos direitos naturais. Liberdade de expressão e liberdade religiosa fazem parte do cinturão protetor dos direitos naturais, pois também são liberdades negativas e os reforçam. As liberdades positivas (como direito à felicidade, liberdade do medo e da necessidade- para usar a terminologia do DeLong) não são constitutivas dos direitos e entram em conflito e enfraquecem as negativas.
John Cochrane, corretamente, discute a interpretação pobre de DeLong e chama a atenção ao fato de que liberdades positivas são consequências de sociedades prósperas, e não suas causas.
Outro economista que tem uma interpretação pouco informada sobre libertarianismo é o Jeffrey Sachs, que coloca outros valores morais acima da liberdade individual. O problema é que a satisfação e a busca de outos valores morais desejáveis somente pode ser realizada em uma sociedade livre. Desta forma, é o respeito aos diretos naturais que preserva e estimula os outros valores morais. Trevor Burrus, do Cato Institute, discute extensivamente o artigo do Sachs e esclarece (HT:
SB, pelo artigo do Burrus):
"
In fact, most libertarians believe that the "other values or causes" listed by Professor Sachs are best promoted by promoting liberty. We believe so strongly in liberty because we believe that all those values are vital to humanity. At bottom, what ties libertarians together is the notion of a "presumption of liberty" -- that state action needs justification, not human freedom. This idea is far from controversial and, in fact, it is the founding principle of the modern liberal state."
2 comentários:
Liberalismo clássico pode ser resumir a Adam Smith e tem pouco a ver com libertarismo. Para estes, a partir de Bentham, o indivíduo se divide entre prazer e dor; ademais, questões de distribuição de renda não importam porque o free market e o direito de propriedade resolvem o problema econômico. Em Smith, não basta se ter mercados, tem que se levar em conta o valor moral das coisas. Exemplo, em relação a crise financeira nos EUA, Smith questionaria, certamente, a moral de se ter produtos financeiros que podem levar as pessoas a pobreza.
Prezado Anônimo,
Discordo do seu argumento em dois pontos: i)liberalismo clássico pode ser resumido a Adam Smith e que ii) libertarianismo tem pouca relação com liberalismo clássico. Uma ótima introdução a estes temas está em "Libertarianism: A Primer", David Boaz, mas as entradas da Wikipedia sobre os dois termos também são úteis. Adicionalmente, vale a pena consultar o site do Institute for Humane Studies, da George Mason University (http://www.theihs.org/what-libertarian), onde os dois termos se referem a praticamente a mesma coisa.
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