quarta-feira, 29 de junho de 2011

Milton Friedman: O Retorno do Mestre

O que Milton Friedman (1912-2006) teria recomendado para elaboração de política monetária para a crise global de 2007-2009? Bernanke, em 2004, observou que “Friedman’s monetary framework has been so influential that, in its broad outlines at least, it has nearly become identical with modern monetary theory and practice.Este artigo de Edward Nelson analisa a resposta de política à crise financeira sob a perspectiva da abordagem do Milton Friedman:

"the purpose of the present paper is to discuss Friedman’s monetary framework with particular reference to his analysis of financial crises. In so doing, I aim to show that certain aspects of Friedman’s framework are consistent with recent monetary policy practice, yet do not coincide with the majority view underlying “modern monetary theory.” In particular, the manner in which key monetary and financial policy responses have departed from leading benchmarks in the monetary policy and banking literature can be understood by considering Friedman’s own departures from those benchmarks. I will concentrate on bringing out lesser-known aspects of Friedman’s monetary economics that provide a conceptual framework through which recent policy actions can be understood. Several elements of the policy response are either explicitly along lines that Friedman recommended, or are actions that have the practical effect of satisfying criteria that he laid out."

3 comentários:

Chutando a Lata disse...

O que Friedman teria recomendado como política monetária para a crise global de 2007-2009? O que Fisher lhe ensinou: 100% money. Claro, além do fim do sistema fracionário, teria recomendado punição aos banqueiros ladrões e fim dos derivativos. Acho que coisas simples assim.

Ronald Hillbrecht disse...

Talvez ele não tivesse recomendado nada substancialmente diferente do que o Bernanke fez durante a crise. Provavelmente a grande diferença consista em suas propostas de como o Fed deveria estar estruturado em relação a como ele de fato está. Acho Friedman recomendaria o fim da política do "Too Big to Fail" e a adesão à doutrina clássica de Walter Bagehot do Banco Central como emprestador de última instância. A proposta de 100% de reservas foi uma de suas ideias no início dos anos 60, mas tenho quase certeza de que mudou de opinião ao longo do tempo.

Abs,

Chutando a Lata disse...

Certamente Friedman mudou de estratégia ao longo de sua vida acadêmica e política. Para mim, o exemplo mais gritante é quando ele deixa o seu artigo de 1948 - Um programa monetario e fiscal de estabilidade econômica - e abraça, em artigos posteriores, a sua regra de crescimento monetário, sacramentando a separação do orcamento fiscal e monetário. Entretanto, acho que essencialmente ele manteve sua posição básica: dar força ao sistema capitalista pela atuação forte do sistema de preços em ambiente competitivo, com travas ao sistema monetário.