A revista Foreign Policy publicou uma lista dos 100 intelectuais mais influentes. Economistas estão com alto prestígio, pois aparecem 15 nomes na lista. E tem ainda um brasileiro, que não é Mr. da Silva. Quem será?
Dica: Ele também é conhecido como FHC.
domingo, 27 de abril de 2008
O Teorema de Coase e a Crise Alimentar
Com a elevação recente dos preços de alimentos no mercado mundial, iniciou-se a corrida em busca de culpados. Serão os pobres do mundo, que estão comendo mais, como disse recentemente Mr. da Silva? Será a globalização, que está aumentando a renda de centenas de milhões de pessoas e provocando uma migração em direção a centros urbanos? Serão os preços recordes do petróleo, que causam aumentos nos custos de produção dos alimentos? Serão as mudanças climáticas? O etanol? Ou serão as políticas protecionistas dos países desenvolvidos e as más políticas agrícolas dos países pobres e em desenvolvimento?
Vou adicionar mais um culpado à lista acima: Atenuação ou ausência de direitos de propriedade em um mundo com custos de transação. Nesse caso, reza o teorema de Coase, recursos escassos não encontrarão seus usos de maior valor. Em outras palavras, um aumento de preços dos alimentos não induzirá, necessariamente, como diz Gary Becker, a um aumento na produção se os países praticarem livre comércio.
Minha contribuição ao debate, então, está centrada na necessidade de melhorar a determinação e cumprimento de direitos de propriedade no campo. Em particular:
- Na China, onde mais de 400 milhões de pessoas escaparam da pobreza nas últimas décadas, é possível expandir a produção de alimentos se o governo chinês fizer em áreas rurais o que já fez para centros urbanos: garantir constitucionalmente propriedade privada.
- No Brasil, se livrar do MST. Meu plano é o seguinte: Cortar o financiamento estatal do grupo e cobrar de suas lideranças os custos econômicos das depredações e das mobilizações policiais necessárias para evitar invasões (o que inclui seu custo de oportunidade, que é o aumento de criminalidade urbana decorrente do deslocamento das forças policiais).
Será que Mr. da Silva gostará de ouvir tal recomendação? Ou será melhor continuar a culpar os pobres do mundo?
Vou adicionar mais um culpado à lista acima: Atenuação ou ausência de direitos de propriedade em um mundo com custos de transação. Nesse caso, reza o teorema de Coase, recursos escassos não encontrarão seus usos de maior valor. Em outras palavras, um aumento de preços dos alimentos não induzirá, necessariamente, como diz Gary Becker, a um aumento na produção se os países praticarem livre comércio.
Minha contribuição ao debate, então, está centrada na necessidade de melhorar a determinação e cumprimento de direitos de propriedade no campo. Em particular:
- Na China, onde mais de 400 milhões de pessoas escaparam da pobreza nas últimas décadas, é possível expandir a produção de alimentos se o governo chinês fizer em áreas rurais o que já fez para centros urbanos: garantir constitucionalmente propriedade privada.
- No Brasil, se livrar do MST. Meu plano é o seguinte: Cortar o financiamento estatal do grupo e cobrar de suas lideranças os custos econômicos das depredações e das mobilizações policiais necessárias para evitar invasões (o que inclui seu custo de oportunidade, que é o aumento de criminalidade urbana decorrente do deslocamento das forças policiais).
Será que Mr. da Silva gostará de ouvir tal recomendação? Ou será melhor continuar a culpar os pobres do mundo?
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Política Monetária e Crise Financeira
Stephen Cecchetti foi vice-presidente e diretor de pesquisas do FED de New York e escreveu ótimo artigo sobre a crise recente, que começou dia 9 de agosto de 2007. Ele dá sua visão de como ela começou e o que o FED tem feito para contê-la. Útil para quem precisa de boa informação, mais útil ainda para alunos de economia nas disciplinas de Finanças Internacionais e Economia Monetária.
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Libertários e Crises Financeiras II
Perante uma crise financeira das proporções da crise americana, será que é compatível alguma atuação dos Bancos Centrais com os preceitos liberais? Veja o que diz, sobre o liberalismo clássico, o economista e maior filósofo social do séc. XX, Friederich Hayek:
"The liberal argument is in favor of making the best possible use of the forces of competition as a means of co-ordinating human efforts, not an argument for leaving things just they are. It is based on the conviction that, where effective competition can be created, it is a better way of guiding individual efforts than any other. It does not deny, but even emphasizes, that, in order that competition should work beneficially, a careful thought-out legal framework is required and that neither the existing nor the past legal rules are free from grave defects. "
"The functioning of a competition not only requires adequate organization of certain institutions like money, markets and channels of information - some of which can never be adequately provided by private enterprise - but it depend, above all, on the existence of an appropriate legal system, a legal system designed both to preserve competition and to make it operate as beneficially as possible."
"To create conditions in which competition will be as effective as possible, to supplement it where it cannot be made effective, to provide services which, in the words of Adam Smith, "though they may be in the highest degree advantageous to a great society, are, however, of such nature, that the profit could never repay the expense to any individual or small number of individuals," - these tasks provide, indeed, a wide and unquestionable field for state activity. "
"The liberal argument is in favor of making the best possible use of the forces of competition as a means of co-ordinating human efforts, not an argument for leaving things just they are. It is based on the conviction that, where effective competition can be created, it is a better way of guiding individual efforts than any other. It does not deny, but even emphasizes, that, in order that competition should work beneficially, a careful thought-out legal framework is required and that neither the existing nor the past legal rules are free from grave defects. "
"The functioning of a competition not only requires adequate organization of certain institutions like money, markets and channels of information - some of which can never be adequately provided by private enterprise - but it depend, above all, on the existence of an appropriate legal system, a legal system designed both to preserve competition and to make it operate as beneficially as possible."
"To create conditions in which competition will be as effective as possible, to supplement it where it cannot be made effective, to provide services which, in the words of Adam Smith, "though they may be in the highest degree advantageous to a great society, are, however, of such nature, that the profit could never repay the expense to any individual or small number of individuals," - these tasks provide, indeed, a wide and unquestionable field for state activity. "
Hayek (1944), "The Road to Serfdom", chapter 3, "Individualism and colletivism"
Dessa forma, em termos gerais, um libertário ou liberal clássico não veria problemas em preconizar políticas públicas que melhorassem o funcionamento de mercados e expandissem liberdade, seja dentro de um determinado conjunto de instituições ou dentro de um contexto de reformas institucionais. Assim sendo, economistas da vertente libertária também podem apoiar medidas de política de Bancos Centrais desenhadas para amenizar os efeitos da crise financeira e melhorar o funcionamento dos mercados financeiros. Mas isso significar dar uma carta branca ao Bernanke?
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quinta-feira, 24 de abril de 2008
O Dilema do Prisioneiro
O maestro de uma orquestra, na União Soviética de Stalin, estava viajando trem e revia uma partitura, que iria reger à noite. Dois agentes da KGB viram a cena e, acreditando que a partitura era na verdade um código secreto, prenderam-no como espião. O maestro disse que era apenas o concerto de violino de Tchaikovsky, mas de nada adiantou. Depois de dois dias preso, um interrogador entrou na cela e disse: "É melhor você confessar. Pegamos seu amigo Tchaikovsky e ele está nos contando tudo". O maestro sabia que se o tal do Tchaikovsky confessasse e ele não, ele pegaria 25 anos no Gulag. Se ele também confessasse, pegaria apenas 10 anos. Ele decidiu então confessar.
Condenado a passar 10 anos no Gulag, ao chegar lá, um dos residentes lhe perguntou: "Qual o tamanho de sua sentença?" O maestro respondeu: "Dez anos." "E o que você fez?" "Nada", respondeu o maestro. "Deve haver algum engano. A sentença para isso é três anos."
Fonte: Dixit e Nalebuff "Thinking Strategically"
Condenado a passar 10 anos no Gulag, ao chegar lá, um dos residentes lhe perguntou: "Qual o tamanho de sua sentença?" O maestro respondeu: "Dez anos." "E o que você fez?" "Nada", respondeu o maestro. "Deve haver algum engano. A sentença para isso é três anos."
Fonte: Dixit e Nalebuff "Thinking Strategically"
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Libertários e Crises Financeiras
Ótimo post e artigo de Dani Rodrik, sobre crises financeiras, Adam Smith, ceticismo e libertarianismo, embora eu acredite que, por motivos retóricos, ele trabalhe com uma versão extrema, ou simplificada, do libertarianismo.
Nesse post, Rodrik cita uma passagem da Riqueza das Nações, de Adam Smith, onde ele sugere regulação bancária para evitar crises, sendo portanto "cético" e não libertário. Tenho que reler "O Caminho da Servidão", de Hayek, pois, pelo que me lembro, ele fala de interações de mercado sujeitas a regras, ou de liberdade condicionada. Seriam os dois, Smith e Hayek, intervencionistas?
Creio que esta interpretação está equivocada, pois libertários (ou liberais clássicos) chamam a atenção ao fato de que "a liberdade (negativa) de uns não pode interferir na liberdade dos outros". Desta forma, a questão se traduz na necessidade de existência do governo para desenhar as regras de interação de mercados.
Como libertário, prefiro a menor intromissão do governo possível. Mas considerando que vivemos em um mundo de monopólio estatal em emissão de moeda fiduciária, que Bancos Centrais existem e que nesse paradigma instabilidade financeira pode exigir intervenção dos BC's, que seja da melhor forma possível. Milton Friedman levantou esse argumento contra Murray Rothbard. Disse algo como: "Filosoficamente estamos de acordo. Só que eu não me recuso a discutir opções de política para Bancos Centrais, mesmo considerando a indesejabilidade de sua existência".
Nesse post, Rodrik cita uma passagem da Riqueza das Nações, de Adam Smith, onde ele sugere regulação bancária para evitar crises, sendo portanto "cético" e não libertário. Tenho que reler "O Caminho da Servidão", de Hayek, pois, pelo que me lembro, ele fala de interações de mercado sujeitas a regras, ou de liberdade condicionada. Seriam os dois, Smith e Hayek, intervencionistas?
Creio que esta interpretação está equivocada, pois libertários (ou liberais clássicos) chamam a atenção ao fato de que "a liberdade (negativa) de uns não pode interferir na liberdade dos outros". Desta forma, a questão se traduz na necessidade de existência do governo para desenhar as regras de interação de mercados.
Como libertário, prefiro a menor intromissão do governo possível. Mas considerando que vivemos em um mundo de monopólio estatal em emissão de moeda fiduciária, que Bancos Centrais existem e que nesse paradigma instabilidade financeira pode exigir intervenção dos BC's, que seja da melhor forma possível. Milton Friedman levantou esse argumento contra Murray Rothbard. Disse algo como: "Filosoficamente estamos de acordo. Só que eu não me recuso a discutir opções de política para Bancos Centrais, mesmo considerando a indesejabilidade de sua existência".
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Coisas que Incomodam: Crises Financeiras e Bancos Centrais
Por sugestão e motivação do Shikida, no blog de economia mais lido do país, o Degustibus, vale a pena discutir o papel dos bancos centrais no combate à inflação e transferências a bancos ineficientes.
Em primeiro lugar, é verdade que recentemente preços de commodities (tanto petróleo e minérios quanto alimentos) estão se elevando drasticamente. O que está ocorrendo são mudanças de oferta e demanda: do lado do petróleo, a produção dos países da OPEP não está aumentando, enquanto que a produção não-OPEP tem previsão de queda para 2008 (México, EUA, Inglaterra, Noruega e Rússia). Na agricultura, secas e más políticas têm estagnado ou até mesmo reduzido a produção, levando a demandas por mais protecionismo. Do lado da demanda, o rápido crescimento dos mercados emergentes tem pressionado a demanda para cima. O problema é que não há muito que bancos centrais possam fazer para conter essas mudanças de preços relativos. Em outras palavras, o núcleo de inflação permanece estável, mas preços ao consumidor estão subindo mais rapidamente. Aí surge um dilema para bancos centrais: conter inflação de preços nessa situação exige promover, no curto prazo, algum desaquecimento econômico. Mas os problemas das principais economias são distintos: o Banco Central Europeu tem como principal preocupação conter a aceleração da inflação e não acredita em desaceleração econômica na Europa (provavelmente em função do impulso externo vinculado ao bom desempenho de mercados emergentes); o FED está envolvido na contenção da crise financeira originada no mercado subprime e na perspectiva de uma recessão doméstica, enquanto que inflação e contenção da queda do dólar parecem ser prioridades menores.
Sobre a atuação de Bancos Centrais em crises financeiras, vale a pena lembrar que o papel fundamental dos BC's como emprestador de última instância pode induzir (na prática, realmente induz) maior risco na atividade bancária, seja pela doutrina "banco grande demais para quebrar", seja pela nova doutrina do Bernanke rotulada de "banco muito inter-conectado para quebrar". Mas o fato é que sistemas financeiros têm uma propensão interna à crises - o motivo é o descasamento de maturidades de ativos e passivos de bancos - , que podem transbordar para a economia real, no caso de falências bancárias e desintermediação financeira. Assim sendo, a atuação dos Bancos Centrais se faz necessária.
O problema todo é ter que conviver com os dilemas de política: estabilidade de preços vs. estabilidade do produto e estabilidade financeira vs. maior risco. O problema é maior ainda pois Bancos Centrais têm apenas um instrumento, a política monetária, para lidar com esses dois dilemas.
Em primeiro lugar, é verdade que recentemente preços de commodities (tanto petróleo e minérios quanto alimentos) estão se elevando drasticamente. O que está ocorrendo são mudanças de oferta e demanda: do lado do petróleo, a produção dos países da OPEP não está aumentando, enquanto que a produção não-OPEP tem previsão de queda para 2008 (México, EUA, Inglaterra, Noruega e Rússia). Na agricultura, secas e más políticas têm estagnado ou até mesmo reduzido a produção, levando a demandas por mais protecionismo. Do lado da demanda, o rápido crescimento dos mercados emergentes tem pressionado a demanda para cima. O problema é que não há muito que bancos centrais possam fazer para conter essas mudanças de preços relativos. Em outras palavras, o núcleo de inflação permanece estável, mas preços ao consumidor estão subindo mais rapidamente. Aí surge um dilema para bancos centrais: conter inflação de preços nessa situação exige promover, no curto prazo, algum desaquecimento econômico. Mas os problemas das principais economias são distintos: o Banco Central Europeu tem como principal preocupação conter a aceleração da inflação e não acredita em desaceleração econômica na Europa (provavelmente em função do impulso externo vinculado ao bom desempenho de mercados emergentes); o FED está envolvido na contenção da crise financeira originada no mercado subprime e na perspectiva de uma recessão doméstica, enquanto que inflação e contenção da queda do dólar parecem ser prioridades menores.
Sobre a atuação de Bancos Centrais em crises financeiras, vale a pena lembrar que o papel fundamental dos BC's como emprestador de última instância pode induzir (na prática, realmente induz) maior risco na atividade bancária, seja pela doutrina "banco grande demais para quebrar", seja pela nova doutrina do Bernanke rotulada de "banco muito inter-conectado para quebrar". Mas o fato é que sistemas financeiros têm uma propensão interna à crises - o motivo é o descasamento de maturidades de ativos e passivos de bancos - , que podem transbordar para a economia real, no caso de falências bancárias e desintermediação financeira. Assim sendo, a atuação dos Bancos Centrais se faz necessária.
O problema todo é ter que conviver com os dilemas de política: estabilidade de preços vs. estabilidade do produto e estabilidade financeira vs. maior risco. O problema é maior ainda pois Bancos Centrais têm apenas um instrumento, a política monetária, para lidar com esses dois dilemas.
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terça-feira, 22 de abril de 2008
Liberdade Econômica, Direitos de Propriedade e Poluição
Este site aqui mostra os lugares mais poluídos do planeta. Curiosamente, esses lugares estão em países que têm pouca liberdade econômica, conforme mostra o índice de liberdade econômica do Heritage Foundation. Fundamental para a liberdade econômica são direitos de propriedade, de forma que quando direitos de propriedade não são bem estabelecidos e garantidos (por exemplo, quando propriedade privada é atenuada ou substituída por propriedade comum ou acesso aberto), a liberdade econômica é reduzida e então emerge um processo de dissipação de renda e destruição de valor, que culmina com menor crescimento econômico, menor renda per capita e maior poluição.
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sexta-feira, 18 de abril de 2008
Petróleo e a Maldição dos Recursos Naturais
A maldição dos recursos naturais diz respeito aos problemas que a abundância de recursos naturais pode trazer a um país, como crescimento econômico mais lento e corrupção. Em particular,países ricos em petróleo podem estar sofrendo desta maldição. A Venezuela, por exemplo, que nos anos 60 teve um PIB per capita em torno de 80% do PIB norte-americano, hoje tem apenas aproximadamente 25% e caindo.
Quais são as causas desses problemas? Em primeiro lugar, em países que dependem de recursos naturais, governos têm uma fonte de receita muito fácil, o que enfraquece o vínculo entre receita do governo e atividade econômica. O governo tem incentivos mais fracos para implementar políticas que levem a prosperidade, como proteção a direitos de propriedade, melhor regulação de mercados, redução de custos de transação, etc.
Em segundo lugar, as atividades de governo passam a ser marcadas pela disputa pela apropriação da receita proveniente da extração dos recursos. Em países democráticos, a disputa mobiliza intensivamente grupos de interesse, lobistas e políticos, com consequências diretas como o aumento de corrupção. Em países ditatoriais, o controle sobre o fluxo de renda dos recursos depende de quem controla as forças armadas. O efeito sobre corrupção também é positivo.
Com a suposta descoberta de uma imensa jazida de petróleo na costa brasileira, a disputa política pela apropriação do fluxo de renda já começou. (*) A descoberta de petróleo no Brasil será uma bênção ou uma maldição?
(*) O link anterior, do Valor Econômico, deixou de ser acessível para não-assinantes. Espero que o mesmo não ocorra com este do Estadao, que substitui o anterior.
Quais são as causas desses problemas? Em primeiro lugar, em países que dependem de recursos naturais, governos têm uma fonte de receita muito fácil, o que enfraquece o vínculo entre receita do governo e atividade econômica. O governo tem incentivos mais fracos para implementar políticas que levem a prosperidade, como proteção a direitos de propriedade, melhor regulação de mercados, redução de custos de transação, etc.
Em segundo lugar, as atividades de governo passam a ser marcadas pela disputa pela apropriação da receita proveniente da extração dos recursos. Em países democráticos, a disputa mobiliza intensivamente grupos de interesse, lobistas e políticos, com consequências diretas como o aumento de corrupção. Em países ditatoriais, o controle sobre o fluxo de renda dos recursos depende de quem controla as forças armadas. O efeito sobre corrupção também é positivo.
Com a suposta descoberta de uma imensa jazida de petróleo na costa brasileira, a disputa política pela apropriação do fluxo de renda já começou. (*) A descoberta de petróleo no Brasil será uma bênção ou uma maldição?
(*) O link anterior, do Valor Econômico, deixou de ser acessível para não-assinantes. Espero que o mesmo não ocorra com este do Estadao, que substitui o anterior.
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