Estamos em meados do ano de 2020. A renda per capita do país está estagnada desde 2015, início do segundo mandato do presidente eleito em 2010. O PT e o PSDB se fundiram em um só partido - o PSDT - em 2017, seguindo o acordo de suas lideranças que reconheceu que ambos os partidos tinham a mesma plataforma "social democrata". A ala radical do PT, composta de sindicalistas, educadores e de "movimentos sociais", aceitou pacificamente o acordo, contribuindo para a estabilidade política do país. Isto ocorreu logo após o aumento da contribuição sindical obrigatória para doze dias por ano da renda dos trabalhadores com carteira assinada. A fusão dos dois partidos foi motivada por um projeto de lei de autoria conjunta das lideranças dos principais partidos nacionais, que previa a volta do bipartidarismo até o ano de 2022. Considerou- se na época que a proliferação de partidos nanicos - como DEM, PP, PSTU e outros - produzia uma fragmentação de interesses contraproducente ao aprimoramento da democracia. O principal partido de oposição, o PMDB, imbuído do mais elevado espírito democrático e visando contribuir para a estabilidade política do país, aceitou inúmeros cargos no que se convencionou chamar de "governo democrático de coalisão". Numa demonstração de boa vontade para "fortalecer os laços patrióticos entre as forças políticas majoritárias" e acelerar o desenvolvimento econômico do país, o Presidente conclamou o PMDB a participar da administração todas as estatais criadas desde 2018.
Para as próximas eleições, o virtual candidato do PSDT, é o filho de um ex-presidente, um empresário bem sucedido do setor de telecomunicações. Ele tem apoio das principais federações da indústria nacional, basicamente por causa de sua gestão no BNDES, que possibilitou a elevação do investimento no setor durante o novo plano de substituição de importações. Da parte do PMDB, sua principal liderança é o neto de famoso político do partido, conhecido como o Democrata. Conta com grande apoio dos pobres e despossuídos, pois criou a Bolsa Cidadania, que substituiu a Bolsa Família poucos anos atrás, com inúmeras vantagens, como seu valor e abrangência. Foi chamada de Bolsa Cidadania porque vincula seu recebimento à participação democrática do cidadão nas eleições, na qualidade de eleitor ou ainda como filiado a algum partido político com representação nacional.
No cenário internacional, o Mercosul é considerado um sucesso, pois facilitou a coordenação dos planos nacionais de substituição de importações, ao elevar a tarifa externa única para, em média, próxima dos 100%. Importações do Chile foram declaradas ilegais, como sanção política ao fato de o Chile ter se desligado da OEA, o que levou países como Canadá e México fazerem o mesmo pouco depois. Os principais parceiros comerciais do Brasil são, fora do Mercosul, a Coréia do Norte e o Irã. O principal produto que o Brasil importa da Coréia é arroz, por causa da grande redução de área plantada no país. Economistas estrangeiros comentam que isto se deve à frequente elevação de "índices de produtividade" no campo, que inviabiliza a produção agrícola em função de um número crescente de invasões seguidas de desapropriações. O governo se defende argumentando que, para garantir a função social da propriedade, é atribuição dos órgãos competentes denunciar proprietários que não atingem os critérios mínimos estabelecidos e ordenar a "integração de posse" aos movimentos sociais, conforme estabelecido na reforma constitucional de 2016. A polícia e o exército acompanham as movimentações de trabalhadores sem terra, para evitar uma reação violenta dos "capitalistas do campo". O principal produto de exportação brasileiro é a sandália havaiana. Houveram denúncias de que estas exportações estavam destruindo a indústria doméstica da Coréia, mas o governo democrático de Pyongyang reprimiu os manifestantes que apedrejaram a embaixada brasileira, a única representação internacional naquele país. Pyongyang reconhece os laços de amizade que tem com o governo brasileiro, que provê a maior parte da ajuda externa que chega à Coréia.
No front econômico doméstico, os problemas se acumulam ano após ano. A carga tributária já chegou aos 57% do PIB, a renda per capita não cresce e a distribuição de renda piora a olhos vistos. "Os planos econômicos são consistentes, estamos conseguindo estimular a indústria doméstica ao identificar corretamente os setores estratégicos do país e canalizar recursos financeiros necessários. Fazemos isto democraticamente, ouvindo os empresários dos setores afetados e os sindicatos dos trabalhadores", diz o Ministro do Planejamento. "Os resultados ainda não apareceram pois o câmbio ainda está sobrevalorizado. Os economistas do IPEA estimaram a desvalorização necessária como sendo da ordem de 43%, o que é compatível com as demandas dos exportadores, mas temos que avaliar melhor o impacto sobre a inflação". Quando perguntado sobre a inflação, ele responde com convicção: "São alguns empresários ganaciosos que tentam tirar vantagem do povo humilde. Já os estamos identificando e iremos aplicar as sanções cabíveis, que vão de controle de preços a prisão e desapropriação, conforme a gravidade dos atos."
sábado, 7 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O Legado de Dionísio Dias Carneiro
Porque desenvolvimento econômico e prosperidade dependem de pessoas como ele: Ilan Goldfajn faz a devida homenagem. Uma grande perda para sua família, amigos e para o país. RIP.
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