sábado, 21 de novembro de 2009

Krugman, Juros e a Ameaça Fantasma

Paul Krugman em post para refletir. Quando ele não é partidário, suas análises são excelentes.

Política Fiscal e Crescimento Econômico

Estímulo fiscal baseado em redução de impostos em vez de aumento de gastos parece ser melhor para promover crescimento, segundo novo estudo de Alberto Alesina e Silvia Ardagna. Adicionalmente, um ajuste fiscal baseado em redução de gastos em vez de elevação de impostos tem menor probabilidade de ser recessivo (fonte: blog do Mankiw).

domingo, 15 de novembro de 2009

O Que Há de Errado Com a Macreconomia Moderna?

Interessante conferência sobre o estado das artes da teoria macroeconômica moderna e sua relação com a atual crise econômica. Em particular, os artigos de Michael Wickens (autor do nosso livro texto) e Alan Kirman valem a pena a leitura e reflexão. O primeiro desmistifica a suposta irrelevância da teoria moderna (argumento do Paul Krugman e outros) enquanto o segundo aponta um caminho interessante para novas pesquisas, o de networks ou complexidade. A idéia central é que o comportamento agregado de uma variável não pode ser adequadamente previsto pelo comportamento das partes. Embora este argumento não seja nenhuma novidade, pois Adam Smith, Friedrich Hayek, James Buchanan e proponentes da escola austríaca de economia (entre outros) já escreveram sobre o tema no passado, é interessante vê-lo aplicado à teoria macroeconômica e observar de que forma tais modelos podem trazer resultados novos à área.

Qualquer Semelhança É Mera Coincidência

Adolfo Sachsida lista alguns pontos programáticos de um famoso partido político, onde qualquer semelhança com o consenso político no Brasil é mera coincidência. Útil para quem acha que existe uma diferença entre importante entre esquerda e direita e acredita que os nazistas eram os de capacete no Star Wars.

domingo, 8 de novembro de 2009

Muro de Berlim: Porque Liberdades Econômicas e Políticas Não Estão Garantidas



A despeito do significado e da importância da queda do muro de Berlim, continuam fortes no mundo inteiro grupos de interesse de natureza política e econômica contrários à expansão de liberdades políticas e econômicas. A The Economist explora o tema.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Falhas de Governo x Falhas de Mercado

A despeito da visão popular de que falhas de mercado impulsionaram a recente crise financeira nos EUA, John Taylor argumenta em seu blog que mais importantes são as falhas de governo neste episódio. Sua interpretação mais completa dos eventos está neste artigo. Adicionalmente, ele menciona o livro Government Failure versus Market Failure de Cliff Winston, do Brookings Institution, que estuda três décadas de pesquisa empírica e conclui que "thirty years of empirical evidence... suggests that the welfare cost of government failure may be considerably greater than that of market failure." Como Pedro Albuquerque explica, no Incentives Matter, o problema é que incentivos para decisões eficientes em governos são mais fracos do que em mercados, como a escola de Escolha Pública ensina. Leitura obrigatória para aqueles que acreditam que mais governo nunca é demais.

A Queda do Império Romano

Final de semana, assisti no History Channel um documentário sobre a Queda de Roma. Tais documentários enfatizam sempre fatos políticos e aventuras militares, mas é claro que excesso de taxação, inflação, confiscos e redução de comércio (decorrente de perdas de território agravando problemas de pobreza e fome) desempenharam papel importante. Este artigo de Bruce Bartlett, do Cato Institute, explora as causas econômicas do declínio de Roma. Interessante notar que, sob o imperador Diocleciano, foram introduzidos índices de produtividade da terra, facilitando confiscos e expropriações:

"The cornerstone of Diocletian's economic policy was to turn the existing ad hoc policy of requisitions to obtain resources for the state into a regular system. Since money was worthless, the new system was based on collecting taxes in the form of actual goods and services, but regularized into a budget so that the state knew exactly what it needed and taxpayers knew exactly how much they had to pay."

"Careful calculations were made of precisely how much grain, cloth, oil, weapons or other goods were necessary to sustain a single Roman soldier. Thus, working backwards from the state's military requirements, a calculation was made for the total amount of goods and services the state would need in a given year. On the other side of the coin, it was also necessary to calculate what the taxpayers were able to provide in terms of the necessary goods and services. This required a massive census, not only of people but of resources, especially cultivated land. Land was graded according to its productivity. As Lactantius (1984: 37) put it, "Fields were measured out clod by clod, vines and trees were counted, every kind of animal was registered, and note taken of every member of the population."

Terá sido esta a fonte de inspiração do governo brasileiro para os seus "indices de produtividade" no campo? De qualquer forma, Roma se tornou uma sociedade rent-seeking, onde os recipientes eram em maior número em relação aos contribuintes:

"...land continued to be abandoned and trade, for the most part, ceased (Rostovtzeff 1926). Industry moved to the provinces, basically leaving Rome as an economic empty shell; still in receipt of taxes, grain and other goods produced in the provinces, but producing nothing itself. The mob of Rome and the palace favorites produced nothing, yet continually demanded more, leading to an intolerable tax burden on the productive classes. [13]

In the fifty years after Diocletian the Roman tax burden roughly doubled, making it impossible for small farmers to live on their production (Bernardi 1970: 55). [14] This is what led to the final breakdown of the economy (Jones 1959). As Lactantius (1984: 13) put it:

The number of recipients began to exceed the number of contributors by so much that, with farmers' resources exhausted by the enormous size of the requisitions, fields became deserted and cultivated land was turned into forest.

In the end, there was no money left to pay the army, build forts or ships, or protect the frontier. The barbarian invasions, which were the final blow to the Roman state in the fifth century, were simply the culmination of three centuries of deterioration in the fiscal capacity of the state to defend itself. Indeed, many Romans welcomed the barbarians as saviors from the onerous tax burden. [15]

Although the fall of Rome appears as a cataclysmic event in history, for the bulk of Roman citizens it had little impact on their way of life. As Henri Pirenne (1939: 33-62) has pointed out, once the invaders effectively had displaced the Roman government they settled into governing themselves. At this point, they no longer had any incentive to pillage, but rather sought to provide peace and stability in the areas they controlled. After all, the wealthier their subjects the greater their taxpaying capacity.

In conclusion, the fall of Rome was fundamentally due to economic deterioration resulting from excessive taxation, inflation, and over-regulation. Higher and higher taxes failed to raise additional revenues because wealthier taxpayers could evade such taxes while the middle class--and its taxpaying capacity--were exterminated. Although the final demise of the Roman Empire in the West (its Eastern half continued on as the Byzantine Empire) was an event of great historical importance, for most Romans it was a relief."

Leitura obrigatória para quem acha que mais governo nunca é demais.

Vinte Anos da Queda do Muro de Berlim



Dia 09/11/2009, celebraremos os vinte anos da queda do muro de Berlim, uma aberração construída para proteger o socialismo e sua visão idílica no ocidente da sua mais terrível verdade: um sistema de escravidão em massa, que depende de uma brutal concentração de poder. Como disse Paul Johnson, "um sistema que depende de pilhas de cadáveres todo ano para continuar funcionando". A falência do socialismo não é apenas econômica e política, é sobretudo de natureza moral. Um evento a não ser jamais esquecido.

Após estes 20 anos, ainda cabe a pergunta: até que ponto devemos sacrificar nossa liberdade em prol de delírios utópicos? A resposta é óbvia, mas não vi forma mais elegante do que esta, neste artigo de Swaminathan S. Anklesaria Aiyar, do Cato Institute:

"Communists and socialists everywhere, including in India, were dismayed. They could not understand why East Germans blessed with income equality, free social welfare and full employment should flee to the highly unequal West, which bristled with unemployment and social perils. An answer came in a letter to a newspaper editor.

"My daughter's hamster (a pet white mouse) has food, water, shelter and even medical care, and a cage full of fun curly tubes. The hamster responds by constantly trying to chew his way to freedom. I think we all understand what freedom is, and it is not a gilded cage.""